O piloto russo Nikita Mazepin, expulso da Haas, equipa norte-americana de Fórmula 1 (F1), após a invasão da Ucrânia, foi autorizado pela justiça europeia a competir nos países que integram o bloco dos 27, avançou hoje a AFP.
Nikita Mazepin, juntamente com o seu pai, o oligarca Dimitry Mazepin, consta da lista de personalidades russas sancionadas pela União Europeia (UE) em março de 2022, por ser "parente de um empresário influente com atividade em setores económicos que constituem uma fonte substancial de rendimentos" para a Rússia.
Dimitry Mazepin é proprietário e presidente da fabricante de produtos químicos Uralchem, empresa que detém ações no grupo Uralkali, que passou a patrocinar a Haas, em 2021, no momento em que Nikita ingressou na equipa
Um advogado de Nikita realçou à agência de notícias francesa (AFP) que esta decisão "rara" do Tribunal Geral da União Europeia (TGUE) permite que o piloto viaje para a União Europeia para tentar assinar contrato com uma equipa e, se for bem sucedido, participar em qualquer competição automobilística, inclusive na F1, em solo europeu.
Ainda assim, o tribunal impôs um conjunto de regras, desde logo, Nikita tem de "comprometer-se a correr sob bandeira neutra" e assinar o compromisso dos pilotos exigido pela Federação Automobilística Internacional para o efeito.
"Estou muito feliz com esta decisão, que me dá esperança de retomar minha carreira profissional no automobilismo internacional. Farei o possível para recuperar o tempo perdido e estou ansioso para voltar ao desporto que amo, ao qual dediquei minha vida", reagiu o atleta à AFP.
O TGUE concluiu que Nikita Mazepin "não está de forma alguma envolvido na agressão sofrida pela Ucrânia e não exerce nenhuma atividade em setores económicos que fornecem uma fonte substancial de rendimento" para a Rússia, vincando que o piloto "sempre manteve uma posição neutral na guerra como atleta profissional".
O despacho sublinhou ainda que Nikita "pede apenas que lhe seja dada a oportunidade de prosseguir a sua carreira (…) sem o apoio financeiro do pai".
Para fundamentar a sua decisão, o tribunal considerou ainda que o Conselho Europeu, que contestou este pedido, não "forneceu provas convincentes" de que o ex-piloto da Haas "deveria ser considerado como ainda ligado ao pai".
Em abril de 2022, as autoridades italianas colocaram em liquidação judicial uma 'villa' de mais de 100 milhões de euros ligada a Nikita Mazepin, na sequência das sanções impostas pelos Estados-membros da UE à Rússia após a ofensiva militar lançada em 24 de fevereiro de 2022 sobre a Ucrânia.
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