Depois de sete anos de ausência, é tempo de o Brasil voltar a estar representado numa grelha de partida da Fórmula 1. Vai passar a acontecer já em 2025 com a entrada de Bortoleto na Sauber, oficializado esta quarta-feira.

Os brasileiros têm um forte passado ligado à modalidade e agora voltam a ter esperança de que não sejam precisos mais sete anos para que o hino nacional volte a tocar no pódio.

Gabriel Bortoleto é uma das maiores promessas do automobilismo, principalmente depois de se ter destacado nas categorias inferiores. Em 2023, foi campeão na Fórmula 3 e está perto de vencer o campeonato na Fórmula 2, ao volante de um monolugar da equipa britânica Invicta Racing.

O brasileiro vai ter a companhia de Nico Hulkenberg, que deixou a Haas para fazer parte da Sauber (será Audi a partir de 2026). A nova dupla de pilotos para 2025 vai substituir Valtteri Bottas e Zhou Guanyu.

A última presença brasileira na categoria rainha do automobilismo foi a de Felipe Massa, que deixou a Williams em 2017.

Massa estreou-se em 2002 pela Sauber, mas evidenciou-se mais tarde enquanto companheiro de equipa de Michael Schumacher na Ferrari. Entre 2006 e 2013, defendeu as cores da escuderia italiana e alcançou 11 vitórias, 16 poles e 41 pódios. Para além disso, chegou a ser vice-campeão em 2008, depois de ficar a um ponto de Lewis Hamilton.

Contudo, o legado brasileiro na competição é muito mais longo e significativo do que os sete anos de ausência. Gabriel Bortoleto vai tornar-se o 33.º piloto a representar as cores do Brasil na categoria principal.

Chico Landi foi o primeiro em 1951 e foi sucedido por Emerson Fittipaldi, Nelson Piquet, Rubens Barrichello, José Carlos Pace, entre outros. Sem esquecer, para muitos, o maior da história e a maior referência para qualquer brasileiro: Ayrton Senna.

Passado de campeões mundiais

Ayrton Senna

Foi mais do que um mero piloto e a sua influência chegou mais rápido a todos os cantos do mundo do que a velocidade a que seguia nas pistas. Para os brasileiros, era o ídolo máximo e deixou o seu nome e o do país na eternidade da Fórmula 1 por tudo o que fez durante a sua curta carreira.

Nas décadas de 80 e 90, brilhou ao mais alto nível, conquistando 41 vitórias, 65 poles e três campeonatos mundiais em 1988, 1990 e 1991.

Faleceu aos 34 anos e deixou na imaginação de cada amante da modalidade, o que mais poderia ter conquistado e se chegaria a ultrapassar os cinco títulos mundiais de Juan Manuel Fangio.

Nelson Piquet

Piquet é um dos nomes mais importantes do passado brasileiro na modalidade depois de se ter tornado o primeiro do país a sagrar-se tricampeão na Fórmula 1. Era considerado rival de Senna e foi sempre muito polémico e pouco consensual, até os dias de hoje.

Destacou-se nos anos 80 e arrecadou dois títulos mundiais pela Brabham em 1981 e 1983, além de se ter sagrado campeão em 1987.

Emerson Fittipaldi

Foi o 5.º brasileiro a marcar presença na modalidade e foi o primeiro exemplo de piloto para o país. Conquistou dois títulos mundiais, em 1972 e 1974, pelas equipas britânicas Lotus e McLaren, respetivamente.

Correu ao lado de alguns dos melhores nomes da história da categoria, como Jackie Stewart, Niki Lauda, Gilles Villeneuve e Alain Prost.

Emerson Fittipaldi foi o primeiro da família a fazer parte da Fórmula 1, sendo que até hoje mais quatro “Fittipaldi” inscreveram o nome na modalidade.