O Sporting recebe sábado, a partir das 20h30, no Estádio José Alvalade, o V.Guimarães, em partida da 12.ª jornada da I Liga, na qual vai tentar regressar aos triunfos, depois de duas derrotas consecutivas, ante Arouca e Eintracht Frankfurt, que tiveram pesadas consequências na temporada dos leões.

Rúben Amorim fez ao início da tarde desta sexta-feira, em conferência de imprensa, a antevisão ao encontro com os vimaranenses e aproveitou para falar também do momento que a equipa atravessa e do seu futuro ao leme do clube, garantido estar de alma e coração no Sporting.

Rúben Amorim continua a ser consensual entre adeptos, apesar dos resultados recentes: Sempre dei tudo pelo clube, e vou continuar a dar até ao último dia em que estiver aqui. O título ajuda, e a cultura que criámos no clube também, mas sei que não é eterno. Somos coerentes naquilo que fazemos e é notório na minha cara o desgaste que eu ou os adeptos temos. Olham para o treinador do Sporting e veem que ele está a dar o máximo. Se não conseguimos ter melhores, resultados, é talvez falta de sorte, de capacidade do treinador, mas não de esforço e empenho.

Estado de espírito do plantel após a eliminação da Champions: A parte tática e estratégica ajuda a parte mental. Está a ser um início de época difícil e foi uma derrota que nos custou. Revendo o jogo, não me pareceu justa, mas vale o que vale. Agora há que focar na tarefa que temos de fazer para ajudar a parte mental. Se eles se sentirem confortáveis no jogo e virem as caraterísticas dos adversários e o que têm de fazer, isso vai ajudar a parte mental.

Rúben Amorim tem condições para continuar a ser treinador do Sporting? Um olhar aos números desta temporada
Rúben Amorim tem condições para continuar a ser treinador do Sporting? Um olhar aos números desta temporada
Ver artigo

Demasiadas lesões esta temporada: Em relação às lesões já falámos sobre isso. A bola do Nuno Santos não tem nada a ver com fisionomia. O Ugarte levou dois pisões no mesmo pé. Tivemos várias lesões traumáticas que não controlamos. Lesionaram-se os três centrais que jogam com o pé direito, o que nos cria dificuldade na rotação. O St. Juste tivemos de apressar, lesionou-se duas vezes. E depois são fases. Quando perdemos tudo aumenta, o stress, a ansiedade...Sempre tivemos plantéis curtos e deu sempre para tudo. No primeiro ano disseram que era por termos menos jogos, no ano a seguir ganhámos dois títulos e fizemos os mesmos pontos. Estamos a fazer o trabalho com o St. Juste que fizemos com o Feddal, que bateu o recorde de jogos. Estamos a ter algum azar, mas acontece.

Ida ao mercado em janeiro: Fazemos a nossa avaliação diariamente. A nossa ideia não é ir ao mercado, mas há oportunidades. Temos uma ou outra posição em que poderemos optar ou não por ir ao mercado. A nossa ideia não passa muito por aí. Estamos a procurar um jogador. Num mês inteiro, onde não temos campeonato e pára tudo, podemos repensar isso. Temos isso tudo marcado. Por exemplo, o Neto foi operado a um pulmão e vai ficar algum tempo parado. Já estava parado há algum tempo, com uma lesão no joelho, e isso pode mexer com o nosso pensamento. Sabemos que algumas posições devem ser reforçadas mas, de acordo com o desenrolar da época, temos de pensar se o fazemos agora ou se deixamos para o ano. Temos um bom planeamento, fizemos um mercado satisfatório no verão e temos tempo para pensar.

Embate com um V.Guimarães a crescer: Esperamos um adversário muito forte. Não tem a responsabilidade do jogo e vem de um bom momento, ao contrário de nós. Tem três jogadores muito rápidos na frente e um sistema igual ao nosso, mas espero que a equipa tenha a mesma identidade. Queremos ser dominadores. Jogando em casa ou fora, espero sempre que a equipa seja dominadora. Temos de controlar bem as saídas do Vitória, temos de ser melhores nas bolas paradas e temos de fazer golos. Espero um Sporting forte, como espero um Vitória forte.

Passos atrás depois da conquista do título?: Não podemos dar passos atrás. Somos uma equipa que tem de ser dominadora, faz parte do ADN do clube. Vão dizer que temos a obrigação de ganhar, mas não só. Naquele primeiro ano, tivemos conversas em que se disse que era escasso, que o Sporting devia ser mais dominador, que jogava em contra-ataque... A verdade é que, num clube grande, temos de ganhar e chega, mas só no início. Depois, temos de crescer. Estávamos a dar esse passo. A verdade é que, não ganhando, torna tudo mais difícil, mas é nestes momentos que temos de pensar que este é o caminho certo. O que temos de melhorar é a forma de defender com menos jogadores, sermos mais fortes no um contra um... Também porque tivemos mudanças de jogadores importantes e, com este calendário, não temos tempo para treinar. Quando estamos a ganhar, tudo ajuda, quase não precisamos de treinar. Ganhar dá saúde. Quando se perde, coloca-se tudo em causa e é mais difícil reagir.

As palavras do irmão nas redes sociais: Às vezes, os familiares não têm noção do impacto que tem qualquer afirmação que façam. Obviamente, não concordo com o meu irmão. Eu sou campeão porque vim para o Sporting, e não o contrário. É difícil para os familiares, que não percebem que nem tudo é pessoal. É por isso que não tenho redes sociais, porque isso mexe com as pessoas. Já fiz o meu papel, que foi falar com o meu irmão, como falo sempre com os familiares. Não concordo com o que ele disse, e faço o meu máximo para explicar o impacto que pode ter no meu trabalho, mas os familiares são grandinhos e fazem o que querem.

Morita de regresso: O Morita vai voltar. Sentiu-se bem e é um jogador importante da nossa equipa. O Nuno Santos não parece ser tão grave. O pé desinchou. Vai ficar de fora neste jogo, mas vamos ver. Não é assim tão grave.