O Memes da Bola olha, com humor, para a temporada dos leões, que até começou com uma deceção, teve muita turbulência pelo meio, mas acabou em euforia

A época do Sporting 24/25 começou com um "Vamos ver" no Marquês em Maio de 2024. Era muita a esperança e fé, com tweets a dizer "este ano ainda vai ser melhor que o anterior" e com o plantel ainda com os dois joelhos inteiros, ainda... No entanto, o Sporting, fiel ao seu ADN emocional, fez questão de transformar esta época numa daquelas séries com 12 episódios e 11 plot twists.
Começou logo na Supertaça, contra o FC Porto! O leão entrou com fome: 3-0 aos 30 minutos, parecia que iam dar baile e ainda ensinar o Otávio a recitar Camões. Mas calma amigos, como isto é o Sporting, o guião tinha que incluir tragédia grega. A segunda parte foi digna de um especial da Netflix: o FC Porto virou para 4-3 e os sportinguistas ficaram a olhar para a televisão como quem apanhou um spoiler no Twitter. Primeira final, primeiro trauma. “O velho Sporting está de volta”, dizia o povo.
No campeonato caros leitores, parecia que tinham instalado o Football Manager no cérebro do Ruben Amorim. Onze vitórias seguidas, equipa a jogar com uma intensidade que nem os Violinos nos anos 40 conseguiam. O Gyokeres a fazer golo de tudo o que era ângulo, o Huljmand a fazer mais cortes do que aquelas facas japonesas que tentam vender nas televendas, e o Morita a correr como se lhe tivessem dito que há sushi grátis no balneário.
Até que... Amorim aceita o convite do Manchester United. Porque claro, se há alguém que acha que pode pôr ordem naquele manicómio de Old Trafford, é o homem que ensinou o Nuno Santos a cruzar. Sai Amorim, entra João Pereira. E aí, o Sporting voltou a ser o Sporting.
João Pereira tentou, mas confundiu o banco de suplentes com a zona mista. Em quatro jogos fez mais substituições erradas que o António Costa no seu antigo governo. O caos instalou-se, o WhatsApp de Frederico Varandas parecia um episódio de “O Apocalipse Segundo Alvalade”.
No meio deste caos instalado surge Rui Borges, resgatado a norte ao Vitória. Homem de poucas palavras e muitos coletes de treino. Chegou com o ar de quem vinha só treinar os sub-23 e, sem saber bem como, levou o Sporting à conquista do bicampeonato. Sim, leu bem. Bicampeonato. Algo que não se via desde que as televisões tinham tubo e Lilo Caneças o único silicone que tinha era nuns tubos na casa de banho. Os adeptos sportinguistas nem sabiam como reagir. Choro? Euforia? Gente a prometer tatuagens do Varandas na coxa?
No caminho para o bicampeonato nem tudo foram rosas.
Na Liga dos Campeões, o Sporting começou com um estrondo tão grande que ainda hoje o Haaland tem pesadelos com o Maxi Araújo. 4-1 ao Manchester City e Guardiola a dizer no fim que “o Sporting tem alma”. Pena que essa alma foi-se embora com o Amorim. A seguir, foi sempre a cair. Eliminação precoce contra o Dortmund nos 16 avos (sim, isso existe), num jogo em Alvalade tão apagado que parecia jogado à luz de velas.
Na Taça da Liga, o leão ainda se vingou do FC Porto nas meias, mas depois tropeçou nas próprias pernas frente ao Benfica na final. Penáltis. Aquela lotaria onde o Sporting parece sempre apostar no cavalo errado. Trincão falha, lágrimas e mais memes do que golos.
No epicentro destas fatalidades leoninas chegaram a estar 11 lesionados ao mesmo tempo. O Sporting não era uma equipa era um hospital de campanha. As apostas nos jogos já não eram para o resultado mas para o número de lesões no final.
Tudo isto culminou com Debast a fazer meia época a jogar no meio campo. O homem veio para defesa central e acabou a tapar buracos no meio campo.
No final da época veio a cereja no topo do bolo, a Taça de Portugal. Essa foi a redenção. Frente ao Benfica, num jogo digno de DVD, drama puro: empate de penálti aos 100 minutos, prolongamento cheio de nervos e um golo que fez até o roupeiro Paulinho rezar de joelhos. Vitória com gosto a épico, que fechou a época com a dobradinha. Sim, a dobradinha. 23 anos depois.
No fim, o Sporting não só conquistou títulos, como conquistou o direito de sonhar sem ser gozado. O bicampeonato é real, a dobradinha também e o Trincão já está a ser chamado de “inegociável” por malta que o queria mandar para o Mafra há seis meses atrás.
Agora os sportinguistas esperam que o Rui Borges não vá para o Bayern, que o Inácio não vá para Espanha comer paellas e que ninguém venda o Gyokeres para comprar uma ala nova da Academia.
Frederico Varandas termina a época a apontar ao tri e sabem que mais? Vamos ver...
Memes da Bola
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