O prólogo é uma pequena etapa feita durante a primeira tarde do rali. Serve acima de tudo para que as principiantes ponham em prática o que aprenderam no estágio de navegação e de condução e permite fazer, acima de tudo, uma adaptação suave ao rali. Durante o prólogo pode fazer-se todo o tipo de erros pois não conta para a classificação final... e é sempre uma boa experiência. É aqui que tudo começa. A primeira sensação de falta de ar, as primeiras lágrimas... as primeiras dúvidas sérias. Contudo, a organização não deixa que ninguém fique a dormir no deserto neste primeiro dia para que o traumatismo não seja demasiado grande.
A categoria Expert, pelo contrário, começa logo em força. O prólogo conta para a classificação final e não se pode facilitar. Consigo recordar todos os momentos do meu prólogo do ano passado. Era a primeira vez que fazia equipa com a France e não estava claro como trabalharíamos as duas. Recordo a tempestade de areia, a primeira trialeira, o furo, o oued onde ficámos pousadas sobre o tufo de erva, o encontro já de noite com a rapariga de moto que havia perdido a sua companheira e o facto de termos terminado já noite escuro. Aconteceu-nos um pouco de tudo pois estávamos as duas ansiosas... e ficámos a perceber o que nos esperava.
Este ano estamos francamente mais calmas e mais confiantes. Estamos portanto preparadas e com vontade de fazer uma boa prova. Ao contrário do ano passado, o prólogo foi fácil e correu bastante bem. Fomos sempre direitas às bandeiras e quase que tenho vontade de dizer que não aconteceu nada. Mas na verdade tivemos um forte conflito com as bússolas. Procuramos rigor e precisão. Mas a certa altura percebemos que na realidade não estávamos 100% de acordo em relação às referências encontradas no horizonte. Cada uma apontava uma direção diferente. Depois de vários ensaios constatamos que afinal as bússolas não são assim tão rigorosas como pensávamos. Este facto deixou-nos um pouco desanimadas mas havemos de sobreviver a esta contrariedade.
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