Jaime Faria leva memórias para a vida do encontro contra Novak Djokovic, o melhor tenista “de todos os tempos”, mostrando-se satisfeito por ter dado uma boa réplica ao sérvio na segunda ronda do Open da Austrália.

“Foi um dia especial para mim. Acho que consegui enfrentar algumas adversidades que tinha a nível emocional, de nervosismo. Dei uma boa réplica. Entrei um pouco nervoso, ainda assim fiz um grande segundo set, que levo para a minha vida e para a minha memória eterna”, descreveu o jovem português, em declarações à agência Lusa.

Jaime Faria perdeu hoje frente ao recordista de títulos do Grand Slam e de cetros no Open da Austrália, por 6-1, 6-7 (4-7), 6-3 e 6-2, mas assume que vencer um set ao agora sétimo jogador do ranking mundial “é sempre bom”, sobretudo em Melbourne.

“Dá, sem dúvida, muito boas indicações. Senti-me a jogar a um muito bom nível, contra o melhor de todos os tempos, provavelmente nas melhores condições dele e no sítio onde ele ganhou mais jogos. Acho que é muito gratificante e nada dá mais confiança que isso”, assumiu o tenista de 21 anos.

À Lusa, o lisboeta detalhou a experiência de defrontar o 10 vezes vencedor do Open da Austrália, revelando ter sentido “a aura” do antigo número um mundial durante todo o encontro.

“Jogar com o Djokovic é diferente de jogar contra qualquer outro, é o melhor de sempre. Ter esse privilégio de partilhar o campo com ele é inacreditável e, sem dúvida, vou guardar para sempre na minha memória”, reforçou.

Para o número dois nacional, a resposta e o serviço, ou seja, “os inícios de jogada do Novak e a profundidade de bola” foram as maiores dificuldades que enfrentou no encontro da segunda ronda.

“[Djokovic] Coloca muita pressão desde o início do ponto, não dá muita margem para ser agressivo, para pegar no ponto e procurar eu a definição do ponto. Dei o meu melhor e ainda assim consegui quebrar algumas barreiras que ele me conseguiu criar”, analisou.

Considerando que ‘Djoko’ é “um senhor dentro do campo”, o 125.º jogador mundial revelou as palavras que o recordista de títulos do Grand Slam lhe dirigiu quando se cumprimentaram na rede: “Ele disse-me no final que, se continuasse assim, iria ter um futuro brilhante, e que foi um prazer partilhar o campo comigo. Eu disse-lhe o mesmo e agradeci imenso”.

Depois de ganhar três encontros no ‘qualifying’ para estrear-se em quadros principais de torneios do Grand Slam e de superar o russo Pavel Kotov (97.º) na primeira ronda, Faria despede-se de Melbourne Park com a certeza de que fez “um grande Australian Open”

“[Fiquei] Muito feliz por ter passado a fase de qualificação e, na semana a seguir, passar uma primeira ronda, sem dúvida, foi um momento especial. Tudo experiências novas para mim, jogar à melhor de cinco sets e, depois, apanhar o Novak na segunda ronda, jogar num campo tão grande, cheio, contra o melhor de todos os tempos. Acho que foi um grande torneio que eu fiz e, lá está, tudo experiências que eu levo e que espero aprender com elas”, resumiu.

O jovem luso quis também agradecer o apoio que foi recebendo, tanto na Austrália como nas redes sociais, dizendo ter-se sentido “acompanhado” nesta sua aventura no primeiro ‘major’ da temporada.