A World Surf League (WSL) decidiu manter até domingo toda a estrutura montada para a prova do circuito mundial de ondas gigantes na Praia do Norte (Nazaré), para um evento especial de 'tow in' que pode bater novos recordes.

"A WSL acredita que nesse dia pode ser batido o recorde mundial da maior onda já surfada e decidiu ficar até domingo na Nazaré", disse à agência Lusa Francisco Spínola, diretor-geral da WSL Portugal.

E acrescentou: "Pela primeira vez, um evento de 'tow in' [os surfistas são puxados para as ondas gigantes por uma mota de água] vai ser transmitido em direto no 'site' da WSL, como se fosse uma prova oficial."

Segundo o responsável, este evento inédito só é possível graças a uma parceria entre a WSL e a Mediapro, grupo líder do mercado audiovisual europeu.

"Vamos manter toda a estrutura e muitos dos atletas que hoje competiram [na prova do circuito mundial de ondas gigantes] vão ficar cá para participar. As condições do mar prometem ondas gigantes e vamos cá estar para mostrar ao mundo a força do canhão da Nazaré", avançou.

O brasileiro Rodrigo Koxa é o atual recordista mundial de ondas gigantes e foi na Nazaré, há cerca de um ano, que surfou a maior onda de sempre, com a marca oficial de 24,38 metros - reconhecida pelo Guinness World Records -, a bater o anterior recorde de Garrett McNamara.

Hoje, o surfista sul-africano Grant Baker foi o grande vencedor da prova do circuito mundial de ondas gigantes que decorreu na Nazaré, superiorizando-se aos adversários na final, entre os quais estavam dois 'big riders' (surfistas de ondas gigantes) portugueses.

Ao contrário do que acontece no 'tow in', nesta prova os surfistas têm que entrar na onda na remada, usando apenas os próprios braços, sem recurso a motas de água.

Grant 'Twiggy' Baker esteve numa forma incrível na bateria decisiva e conseguiu uma pontuação total de 25,04 pontos, deixando o brasileiro Lucas Chianca (que tinha vencido a última edição da prova) no segundo posto (23,31 pontos) e o basco Natxo Gonzalez - que obteve nas meias-finais a única nota perfeita da prova (10 pontos) - no terceiro e último lugar do pódio (22,71 pontos).

Os portugueses Alex Botelho (22,06 pontos) e João de Macedo (20,87 pontos) terminaram nos quarto e quinto lugares, respetivamente, ficando à frente do australiano Russell Bierke (18,89 pontos), sexto classificado.

Numa final com condições ‘de sonho’ e com as maiores ondas a aproximarem-se dos 15 metros, os competidores levaram ao delírio a 'multidão' que se deslocou à Praia do Norte para ver o ‘canhão’ a funcionar.