A 40.ª edição do Rali Dakar continuará a explorar em 2018 a riqueza dos trilhos sul-americanos, cada vez mais a ‘casa’ da prova rainha de todo o terreno, cujo regresso África parece longínquo.
O francês Etienne Lavigne, diretor da prova - que no próximo ano terá passagem pelo Peru, ausente desde 2013, Bolívia e Argentina -, lembrou que o Dakar “percorreu África durante muito tempo, de norte a sul e de este a oeste”, mas o seu regresso “não é possível atualmente”.
“Há condições geopolíticas extremamente complexas, relacionadas com o terrorismo ou conflitos abertos como os que estão a afetar o Mali, o Níger ou o Chade”, observou Lavigne à AFP, a pouco mais de um mês do arranque da próxima edição, a 10.ª em solo sul-americano.
O Dakar de 2018 tem início marcado para 06 de janeiro, em Pisco, no Peru, estando a chegada prevista para dia 20, em Cordoba, na Argentina, depois de os pilotos terem disputado 14 etapas e percorrido 8.793 quilómetros, 4.329 dos quais cronometrados.
Dos terrenos arenosos de Lima, à vertigem dos Andes, passando pelas características dunas, a prova vai testar a capacidade de resistência de 500 participantes, entre os quais o português Paulo Gonçalves, aos comandos de uma Honda, que será um dos candidatos ao pódio.
“Observaremos condições muito diferentes de um país para o outro”, notou Lavigne, que pretende “surpreender todos os dias”, não apenas com um final inédito, mas também com um percurso diferente na Bolívia, ainda que algumas etapas mantenham os mesmos locais de partida e de chegada.
A estrela da prova continuará a ser, no entanto, o Peru, que a integrou pela última vez em 2013 e cujas autoridades tiveram de recusar receber a partida da edição de 2016, devido ao fenómeno climático conhecido por El Niño, que Lavigne parece não temer.
“Não tenho medo do El Niño. O Dakar continua a realizar-se mesmo quando chove, neva, faz vento ou enfrenta tempestades de areia. É uma prova extrema, que convive com todos os ambientes climáticos e isso também faz parte do seu ‘sal’”, sustentou o diretor do Dakar.
O piloto francês Stéphane Peterhansel, ao volante de um Peugeot, vencedor nos últimos dois anos, volta a ser um dos mais fortes candidatos ao triunfo final, o que lhe permitiria aumentar o recorde de 13 títulos (sete em automóveis e seis em motos).
Vencedor por oito vezes do Rali da Argentina - que tem sede, precisamente, em Cordoba -, o compatriota Sébastien Loeb, que venceu em nove ocasiões o mundial de ralis, procurará conquistar pela primeira vez a prova, depois de ter terminado no segundo lugar em 2017.
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