O alto do Malhão coroará o vencedor da 50.ª Volta ao Algarve em bicicleta, que mantém o seu ADN nos 752,7 quilómetros a percorrer entre quarta-feira e domingo, mas inova com um contrarrelógio em Albufeira.
Ficam-se por aí as inovações no ‘mapa’ da única corrida por etapas portuguesa do circuito UCI ProSeries, que este ano terá um acumulado de elevação de 14.455 metros, distribuídos por cinco etapas, e confiará, novamente, no Malhão para decidir o vencedor, como aconteceu em 2022, quando o ‘estelar’ Remco Evenepoel aí festejou a sua segunda vitória na geral da prova portuguesa (a primeira foi em 2020).
Vencedor da Clássica da Figueira, o belga da Soudal Quick-Step elogiou por estes dias o percurso da ‘Algarvia’, considerando-o muito completo e desejando que “todas as corridas por etapas” tivessem o mesmo ‘menu’, com tiradas planas, acidentadas e “semi-montanhosas” – numa alusão à outra chegada em alto desta edição, na Fóia.
Há muito que a Volta ao Algarve elegeu um traçado com oportunidades para todos os tipos de ciclistas e, este ano, voltará a confiar na sua fórmula vencedora, com duas chegadas ao sprint, duas em alto e um ‘crono’, ‘antecipado’ desta feita para o quarto dia.
Com bonificações distribuídas na meta volante e na chegada de cada etapa em linha, a animação está prometida desde a primeira jornada, logo a mais longa desta edição, com 200,8 quilómetros percorridos entre Portimão a Lagos, onde é esperada uma chegada ao sprint.
A luta pela classificação geral tem o seu primeiro momento decisivo nos 171,9 quilómetros da segunda etapa, que começam em Lagoa e terminam no alto da Fóia (Monchique), com a chegada ao ponto mais alto do Algarve a ser antecedida por três outras contagens de montanha, duas delas encadeadas, de modo a endurecer e a selecionar a corrida antes da subida final: a do Alferce (3.ª categoria) e a da Pomba (2.ª categoria), esta apenas a 6.300 metros do início da escalada para a meta.
A terceira tirada proporcionará nova oportunidade aos sprinters, no final dos 192,2 quilómetros que ligam Vila Real de Santo António a Tavira.
É ao quarto dia que chega a grande novidade desta ‘Algarvia’, um contrarrelógio individual de 22 quilómetros, em permanente sobe e desce, entre a Marina e a Câmara Municipal de Albufeira.
As contas da geral irão fechar-se apenas na quinta e última etapa, com os 165,8 quilómetros de ‘rompe pernas’ entre Faro e o alto do Malhão, onde a chegada coincide com um prémio de montanha de segunda categoria.
As dificuldades da tirada de domingo não ficarão, no entanto, por aí: a 24 quilómetros da meta, o pelotão fará a primeira subida ao Malhão, já depois de ter ultrapassado os prémios de montanha de Vermelhos (ao quilómetro 99) e de Alte (ao 128,3).
Será, portanto, a mais mítica das subidas algarvias a decidir o sucessor do colombiano Daniel Martínez, que em 2023 arrebatou, para a INEOS, a vitória na geral no contrarrelógio da última etapa.
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