Jonas Vingegaard está maravilhado com a sua segunda vitória consecutiva na Volta a França em bicicleta, à qual promete voltar para tentar ganhar novamente, após ter desfrutado de todos os dias que passou de amarelo nesta edição.

“A segunda também é verdadeiramente fantástica. Claro que ainda há a etapa de amanhã [domingo], até Paris, temos de ser cautelosos, não fazer nada estúpido, mas é maravilhoso conseguir a minha segunda vitória na Volta a França. Quase não consigo acreditar”, declarou ainda na entrevista rápida após o final da 20.ª etapa, na qual foi terceiro.

Até na última tirada a ‘valer’ o dinamarquês da Jumbo-Visma, de 26 anos, batalhou com o seu arquirrival Tadej Pogacar (UAE Emirates), que levou a melhor na chegada a Le Markstein, mas não conseguiu evitar que, pelo segundo ano consecutivo, seja ele o ‘vice’ de Vingegaard em Paris.

“Foi definitivamente uma luta louca que tivemos ao longo destas três semanas e penso que foi uma corrida muito, muito boa de se ver, e também para nós. Apreciei verdadeiramente a batalha que tive com o Tadej neste Tour”, reiterou, assumindo que desfrutou de todos os dias que passou de amarelo nesta edição, o que aconteceu desde a sexta etapa.

O tímido líder da Jumbo-Visma sabe que “nunca teria conseguido fazer isto sem a equipa fantástica” que o rodeia, elogiando todos na formação neerlandesa por terem-no apoiado todos os dias e os seus colegas por terem estado “tão bem nas últimas três semanas”.

“Tínhamos um plano e executámo-lo todos os dias, como queríamos. Eles foram tão bons todos os dias. Acho que não tenho qualquer memória má deste Tour. Tudo correu como planeado. Não tenho nada mau a dizer”, notou.

Depois, em declarações aos jornalistas, o virtual bicampeão do Tour recusou-se a revelar qual era o tão mencionado plano da sua equipa, uma ideia que repetiu à exaustão dia após dia. “Não posso explicar o plano, porque se o Tadej o conhecer, já saberia como é a nossa forma de agir e não pode ser”, sustentou.

Vingegaard reconheceu também ter-se sentido mais confiante nesta ‘Grande Boucle’, por comparação às anteriores – em 2021, foi segundo atrás de Pogacar -, uma vez que conhece os seus pontos fortes e tanto ele quanto a equipa souberam aproveitá-los.

Após uma temporada em que, ao contrário do seu grande rival, correu muito pouco e selecionou com dedo clínico as quatro provas em que participou antes do Tour – ganhou três delas – e em que não teve contratempos, como aconteceu no ano passado, o dinamarquês diz agora ter outros objetivos, embora a Volta a França seja sempre o principal.

“É uma corrida especial. Ainda é cedo para dizer, mas voltarei ao Tour para vencer novamente”, afirmou, salientando os “muitos sacrifícios” que teve de fazer, nomeadamente estar mais de 150 dias longe da família (a mulher e a filha), que o acompanharam nesta edição.

O camisola amarela, que tem 07.29 minutos de vantagem sobre Pogacar, abordou ainda a evolução que sofreu na sua forma de ser, confessando que aprendeu a gerir melhor a pressão, até perante os meios de comunicação social, mas também nas cerimónias protocolares.

“Preciso de mais tempo para responder a essa pergunta. Daqui a uma semana saberei. No ano passado, aguentei bem, a nível mental é duro, mas preciso de tempo”, respondeu, ao ser questionado sobre se este Tour tinha sido mais duro física ou psicologicamente.