O campeão português de fundo, José Mendes (W52-FC Porto), disse hoje à Lusa que o adiamento dos campeonatos nacionais de ciclismo para 22 e 23 de agosto é "a decisão acertada" para salvaguardar a integridade da corrida.
Mendes, de 34 anos, explica que a decisão, tomada a nível internacional pela União Ciclista Internacional (UCI), permite que no caso de Portugal, cujos campeonatos estavam marcados para 19 a 21 de junho, em Paredes, a prova seja competitiva.
"Foi a decisão acertada, para não retomarmos o calendário com o Nacional. Seria uma prova ainda mais imprevisível. Assim, no final de agosto, sobretudo se se mantiverem as datas da Volta a Portugal [de 29 de julho a 11 de agosto], estarão todos num bom momento de forma e a camisola de campeão será bem disputada", explicou.
Sobre a suspensão do calendário velocipédico, prolongada até 01 de julho para todas as provas, o campeão nacional em 2016 e 2019 salientou o trabalho da Federação Portuguesa de Ciclismo em "manter o maior número de provas possível", ressalvando que estas estão dependentes da evolução da pandemia de COVID-19.
"Tudo depende de como tudo se resolver, e do tempo que os organizadores tiverem para conseguirem encaixar as provas canceladas", comentou.
José Mendes tem treinado maioritariamente em casa nas últimas quatro semanas, com a exceção de "uma ou duas saídas para a estrada", e acredita que, mesmo não sendo esta "a situação ideal, é a mais sensata de momento".
A W52-FC Porto pretende "ir recuperando a atividade física" de forma progressiva após semanas em que "por iniciativa e recomendações da equipa" os ciclistas estiveram "resguardados".
Num desporto que depende de "treinos com várias horas na bicicleta", o que em casa seria "prejudicial", o regresso à estrada trará para toda a gente "um bom nível, mas para picos de forma será preciso paciência".
"Na Volta, por exemplos, toda a gente estará em forma, isto desde que as coisas comecem a voltar à normalidade e se possa passar a treinar em pequenos grupos, fazer pequenos estágios de equipa", ressalvou, alertando para a necessidade de manter "a paciência e esperar que o problema se resolva", se não "a 100%, o que ninguém espera", pelo menos aliviando "muito as medidas de segurança".
A nível global, a pandemia de COVID-19 já provocou quase 127 mil mortos e infetou mais de dois milhões de pessoas em 193 países e territórios. Mais de 428 mil doentes foram considerados curados.
Em Portugal, morreram 599 pessoas das 18.091 registadas como infetadas. O país está em estado de emergência desde 19 de março, que deverá ser renovado esta semana por um novo período de 15 dias.
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