O Comité Olímpico Internacional (COI) vai analisar o processo do antigo ciclista Jan Ullrich, que pode perder as medalhas de ouro e prata conquistadas nos Jogos Olímpicos Sydney2000, anunciou hoje o presidente do Comité Olímpico alemão (DOSB).
«Vamos reexaminar tudo minuciosamente», disse Thomas Bach ao quotidiano alemão Die Welt, dois dias depois do vencedor da Volta a França de 1997 ter admitido o recurso a dopagem sanguínea.
De acordo com um dos candidatos a suceder Jacques Rogge à frente do COI, mesmo que, à primeira vista, «a sua confissão não seja mais do que a confirmação de factos já conhecidos das instâncias desportivas e dos procedimentos judiciais», a instância olímpica vai reabrir o processo.
Aos 39 anos, o único alemão a ter vencido o Tour reconheceu pela primeira vez, numa entrevista à revista Focus, ter recorrido ao doping com a ajuda do médico espanhol Eufemiano Fuentes, o cérebro da “Operação Puerto”, o maior escândalo de dopagem a afetar o desporto espanhol.
Até agora, Ullrich, que no ano passado foi condenado a dois anos suspensão pelo Tribunal Arbitral do Desporto (TAS) e viu os seus resultados desportivos serem anulados a partir de 2005, tinha negado todas as acusações de dopagem, apesar de ter admitido contactos com Fuentes.
Essa decisão permitiu ao ciclista alemão manter o ouro da prova de fundo e a prata do contrarrelógio de Sydney2000.
Segundo o código mundial antidopagem, os atletas podem ser sancionados até oito anos depois do evento em que participaram, no entanto, no ano passado, o COI retirou o bronze ganho no contrarrelógio dos Jogos Olímpicos de 2000 a Lance Armstrong, na sequência do processo da Agência antidopagem norte-americana (USADA) e da confissão do norte-americano.
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