Após a passagem do Sporting à final Taça de Portugal, Frederico Varandas, presidente dos leões, destacou o apuramento e lembrou a época do leão até ao momento, mostrando-se orgulhoso pelo que esta tem feito e por se manter na luta por campeonato e taça, apesar das condicionantes da temporada.

"Após qualificarmo-nos para mais uma final, gostaria de dar uma palavra aos meus jogadores e à minha equipa técnica. O ano passado o Sporting fez uma das melhores épocas da história mas tenho de confessar que esta época superaram a minha admiração por eles, num dos anos mais duros e imprevisíveis. A perda de Nuno Santos, do Pote, com lesões graves, depois em janeiro quando muito se falava que tínhamos de nos adaptar a um novo treinador, fomos buscar um guarda-redes e um extremo. Falavam muito dos laterais, demos resposta com a confiança no Fresneda, e afinal não era preciso lateral-direito", começou por dizer.

"E quando vamos partir para a segunda volta, em fevereiro, perdemos quatro médios: Morita com lesão muscular, Morten (Hjulmand) com entorse, Daniel Bragança e João Simões para o resto da época. Muitas vezes só analisamos a qualidade do jogo, a comparação com o passado, mas se fizemos um rápido exercício, nos últimos dois meses o Sporting só por uma vez teve dois médios disponíveis para jogo. Teve três jogos sem um único médio disponível e em todos os outros apenas um disponível, em cinco", lembrou ainda.

"Com tudo isto, o Sporting, a quatro jornadas do fim, apurado para a final da Taça, a competir a 70% das capacidades. Temos o melhor ataque, a melhor defesa, o melhor marcador, estamos em primeiro. Aconteça o que acontecer, não consigo ter mais admiração por estes jogadores e por esta equipa técnica. Só estes jogadores sabem o que passaram. O Trincão partiu a mão no Santa Clara e não saiu, porque sabe que a equipa precisa dele. O Morten (Hjulmand) ainda tem duas pequenas lesões e está a jogar. O Viktor sacrificou-se para jogar. Jogava 20/30 minutos lesionado, quando mais ninguém jogaria. Jogadores a quererem queimar etapas de recuperação, como o Nuno Santos a querer jogar a final da Taça de Portugal, mas não vai dar. O Pote, que está a tentar fazer uma pré-época em duas semanas. Tenho de reconhecer que perante estas adversidades, é uma grande conquista que o clube tem, esta cultura desportiva que temos", destacou.

"Um dia a lamentarmo-nos é um dia perdido. Neste clube uma adversidade reage-se a lutar. E estes jogadores têm lutado de uma forma que não consigo arranjar paralelo. E ajuda quando um treinador que, de forma inteligente, adapta-se. Jogámos com Eduardo Felicíssimo, José Silva, Alexandre Brito, Caué, Lucas Anjos... já utilizámos 37 jogadores numa equipa principal. Estou no futebo desde 2017 e não tenho memória de algo assim. O Sporting, de algumas décadas para cá, caía. E este Sporting não só não cai como se agarra", prosseguiu.

"Não é um milagre. A segunda palavra é para os adeptos do Sporting. O Morten (Hjulmand) e o Trincão vão ter de continuar a jogar lesionados e ajuda muito sentirem que têm uma multidão atrás. Não imaginam como isso ajuda estes jogadores. Por isso, para os nossos adeptos: sigam-nos. Empurrem-nos. Levantem-nos quando for preciso. Lutem com eles, lutem como campeões nacionais. Porque eles, desde esta época, lutam como campeões nacionais", disse ainda.

"Eu só peço aos nossos adeptos para darem tudo o que têm porque estes jogadores vão dar tudo o que têm até ao fim", terminou.