O ciclista dinamarquês Jonas Vingegaard (Jumbo-Visma), bicampeão em título da Volta a França, definiu o percurso de 2024 como “muito duro”, considerando que lhe assenta bem.
“É um bom traçado, muito duro. Assenta-me bem. Há muitos quilómetros em altitude, onde normalmente me sinto à vontade. Estou muito satisfeito com o que vi, estou ansioso para que comece”, disse o também vice-campeão da Vuelta2023 após a apresentação da edição de 2024 da ‘Grande Boucle’.
O Tour2024 será repleto de novidades, com um contrarrelógio a ‘encerrar’ uma edição menos montanhosa que ‘abdicou’ de Paris para coroar os vencedores e apostou em estradas não asfaltadas pela primeira vez, foi hoje revelado durante a apresentação do percurso no Palais des Congrès, em Paris.
Já se sabia que o primeiro ‘Grand Départ’ italiano do Tour – em 29 de junho, em Florença – coincidiria com a primeira chegada fora de Paris nas 111 edições da mais mítica das provas velocipédicas – em Nice, em 21 de julho -, motivada pelos Jogos Olímpicos Paris2024, mas a organização ainda reservava outros ‘ases’ na manga, como a inclusão de caminhos em terra, um ‘trunfo’ já usado por outras organizações e bastante apreciado pelos adeptos do ciclismo.
“Não creio que vá haver uma etapa decisiva. Há a etapa de caminhos por asfaltar, dois contrarrelógios e algumas jornadas de montanha muito difíceis”, elencou o dinamarquês de 26 anos.
Campeão do Tour em 2022 e 2023 e ‘vice’ no ano anterior, Vingegaard assumiu não conhecer La Bonette, a grande novidade do traçado da 111.ª edição, uma subida com 2.802 metros de altitude que foi escalada apenas cinco vezes na história da prova.
“Não a conheço e nunca pedalei a essa altitude, mas estou desejoso de vê-la”, admitiu.
Também o seu arquirrival, o esloveno Tadej Pogacar, considerou “apaixonante” o percurso de 2024, prevendo que a geral se decidirá “nos últimos três dias”.
“É um percurso bonito. Gosto da primeira semana, um pouco mais dura do que nos últimos anos. Teremos de estar em boa forma logo desde o início. Há muito desnível, chegadas para sprinters, dois contrarrelógios”, enumerou o vencedor das edições de 2020 e 2021 e ‘vice’ nos últimos dois anos na ‘Grande Boucle’.
‘Pogi’, que não esteve presente na apresentação em Paris, não vê dificuldades excessivas nas etapas de montanha, que, na sua opinião, são “normais”.
“Os três últimos dias vão ser decisivos. Não é um final clássico do Tour, normalmente há uma jornada difícil nos últimos três dias, mas na próxima haverá três superduras”, afirmou o esloveno da UAE Emirates.
Pogacar assumiu que será especial disputar o último contrarrelógio, que liga o Mónaco a Nice, nas estradas onde habitualmente treina.
“Tenho muita vontade de viver esse ‘crono’, mas terei de chegar com boas pernas para ganhar”, notou.
Menos fã do percurso é o sprinter britânico Mark Cavendish, que adiou a reforma para procurar desempatar com Eddy Merckx no recorde de vitórias em etapas na Volta a França (34).
“É tão duro que, para ser sincero, estou em choque”, comentou o ciclista de 38 anos, que tradicionalmente passa mal nas montanhas.
*Artigo atualizado
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