Depois de Donovan Mitchell, dos Utah Jazz, ter afirmado "que se lixem os os playoffs, queremos justiça", após mais um caso de violência policial nos EUA, desta feita a vitimar Jacob Blake, um afro-americano de 29 anos, baleado com sete tiros pela polícia no Wisconsin, quando seguia na sua viatura com os seus três filhos, após ter ignorado os avisos dos agentes policiais, outros nomes grandes da NBA, especialmente próxima à causa #BlackLivesMatter, vieram a público expressar a sua revolta.

Um dos jogadores que teve palavras mais duras foi George Hill, jogador dos Milwaukee Bucks, foi um dos que teve as palavras mais duras, apelando a uma mudança rápida de atitudes e mentalidades e lamentando mesmo o facto de a NBA ter recomeçado e contribuído assim para desviar as atenções de questões como estas.

"Não há nada que possamos fazer agora. Para começar, e para ser honesto, não devíamos ter vindo a este maldito lugar. Ao fazê-lo, retirámos todo o foco às questões realmente importantes. Mas é assim que as coisas são. Estamos aqui e não podemos fazer nada a partir daqui. Mas, quando isto acontece, há certamente algumas coisas que precisam de ser feitas. O mundo tem de mudar. A nossa polícia tem de mudar", afirmou.

O jogador dos Bucks acrescenta mesmo que é duro jogar como se, lá fora, nada se estivesse a passar. "Perdem-se vidas, falamos disso, mas não se tomam medidas e não se assume qualquer responsabilidade. É isso que tem de mudar. Ver imagens como as que aconteceram no Wisconsin parte-me o coração. Estamos aqui a jogar e a fazer coisas pela justiça social e tudo o resto, mas ver o que se passa e andar a jogar os nossos jogos como se nada estivesse a acontecer... é uma situação muito complicada", sublinhou

Também LeBron James foi muito crítico e pediu justiça. "Ainda se perguntam porque dizemos o que dizemos sobre a polícia? Alguém que me diga que merda é esta. É exatamente outro homem negro a ser alvo. Esta merda é tão errada e tão triste... Tenho muita pena dele, da sua família e do nosso povo. Queremos justiça! Não posso sequer desfrutar de uma vitória nos playoffs como esta, é triste. Tenho metade do meu cérebro nos playoffs e a outra metade na forma como posso ajudar o povo afro-americano", afirmou.

A estrela dos LA Lakers apontou ainda o dedo à lei do uso de armas nos EUA. "Vivemos aterrorizados. As armas de fogo são um grande problema na América. Não sei como se pode reparar isso, mas no que diz respeito aos afro-americanos... neste momento estão a caçar-nos, infelizmente", sublinhou.

Jacob Blake encontra-se entretanto em estado grave num hospital de Milwaukee, para onde foi transportado de helicóptero. Foi aberto uma investigação para apurar o que terá acontecido. Os dois agentes foram suspensos. O caso gerou uma onda de protestos no local onde Blake foi baleado mas também em todo o estado, e surgiu depois de, em maio, outro afro-americano, George Floyd, de 46 anos, ter morrido em Minneapolis, sufocado por um polícia branco, apesar de ter implorado várias vezes, dizendo que não conseguia respirar. A morte, filmada por transeuntes e divulgada nas redes sociais, provocou uma onda de protestos contra o racismo e a violência policial que se propagou por todo o mundo, com manifestações em que a palavra de ordem foi a frase "Black Lives Mater" ("As vidas dos negros importam").

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