Depois de longa campanha, pelo menos desde década de 70, para a inclusão do karaté no programa olímpico, os Jogos de Tóquio2020 consagraram os primeiros oito campeões olímpicos da história, numa presença única.
O próximo programa olímpico já fez saber que manterá o surf, a escalada e o skateboarding, mas a organização de Paris2024 deixou cair o karaté, por troca com o 'breakdancing', que fará a sua estreia.
Uma decisão que o presidente do Comité Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, já disse apoiar, numa tentativa de tornar os Jogos "mais urbanos, dando a oportunidade de ligação à geração mais jovem".
Assim, em Paris2024, apesar da popularidade em França, não é esperada a inclusão da modalidade, que no Japão, entre 05 e 07 de agosto, teve um momento único no Nippon Budokan, habitual casa do judo, mas que se traduz por ‘Salão das Artes Marciais’.
O Japão 'triunfou' no quadro de medalhas, com um título olímpico (Ryo Kiyuna), uma medalha de prata (Kiyou Shimizu), em kata masculino e feminino, e uma de bronze (Ryutaro Araga), em +75 kg, embora tenha existido equilíbrio.
As 32 medalhas em discussão (oito de ouro, oito de prata e 16 de bronze), foram entregues a, pelo menos, karatecas de 20 países, e sem que nenhum dos oito títulos olímpicos tivesse uma nação repetida.
Além do Japão, a Espanha teve duas medalhas, o ouro de Sandra Sanchéz (Kata) e a prata de Damián Quintero (kata), enquanto Egito (ouro de Feryal Abdelaziz e bronze de Giana Lofty) e Itália (ouro de Luigi Busa e bronze de Viviana Bottaro) também tiveram dois ‘metais’, e a Turquia teve quatro, uma de prata (Eray Samdan) e três de bronze (Ali Sofuoglu, Ugur Aktas e Merve Coban).
A espanhola Sanchéz foi a primeira campeã olímpica da história, na discussão da final de kata, um conjunto de movimentos de ataque e defesa diante de um oponente virtual, com os karatecas e a serem avaliados pelo desempenho técnico e atlético.
No mesmo dia, o francês Steven Da Costa (-67 kg), filho de um português, foi o primeiro campeão olímpico masculino, com o karateca, que será o porta-bandeira de França na cerimónia de encerramento, a cumprir um sonho antigo.
“Que honra. Que orgulho. Um reconhecimento magnífico para o karaté e todos os seus praticantes. Penso na minha família, na minha cidade, no meu clube e em todos os que me apoiaram desde início”, sublinhou Da Costa na rede social Instagram.
Quadro de medalhas do Karaté:
- Masculinos:
Kata:
Ouro: Ryo Kiyuna (Japão).
Prata: Damián Quintero (Espanha).
Bronze: Ariel Torres (Estados Unidos) e Ali Sofuoglu (Turquia).
-67 kg:
Ouro: Steven da Costa (França).
Prata: Eray Samdan (Turquia).
Bronze: Darkhan Assadilov (Cazaquistão) e Abdel Rahman Almasatfa (Jordânia).
-75 kg:
Ouro: Luigi Busa (Itália).
Prata: Rafael Aghayev (Azerbaijão).
Bronze: Gabor Harspataki (Hungria) e Stanislav Horuna (Ucrânia).
+75 kg:
Ouro: Sajad Ganjzadeh (Irão).
Prata: Tareg Hamedi (Arábia Saudita).
Bronze: Ryutaro Araga (Japão) e Ugur Aktas (Turquia).
- Femininos:
Kata:
Ouro: Sandra Sanchéz (Espanha).
Prata: Kiyou Shimizu (Japão).
Bronze: Mo Sheung Grace Lau (Hong Kong) e Viviana Bottaro (Itália).
-55 kg:
Ouro: Ivet Goranova (Bulgária).
Prata: Anzhelika Terliuga (Ucrânia).
Bronze: Betina Plank (Áustria) e Wen Tzu-yun (Taiwan).
-61 kg:
Ouro: Jovana Prekovic (Sérvia).
Prata: Yin Xiaoyan (China).
Bronze: Giana Lofty (Egito) e Merve Coban (Turquia).
+61 kg:
Ouro: Feryal Abdelaziz (Egito).
Prata: Iryna Zaretska (Azerbaijão).
Bronze: Gong Li (China) e Sofya Berultseva (Cazaquistão).
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