O sonho de Diogo Ribeiro ‘afundou-se’ hoje na La Défense Arena, com o campeão mundial dos 100 metros mariposa a falhar o acesso às meias-finais, num dia em que Gabriel Albuquerque fez história nos trampolins em Paris2024.
Vinte anos depois de, em Atenas2004, Nuno Merino ter conseguido a única final portuguesa e o sexto lugar, Gabriel Albuquerque, de apenas 18 anos, não tremeu na sua estreia olímpica e conseguiu um histórico quinto lugar, com 59.740 pontos.
No final, após fazer história e conquistar mais um diploma para Portugal, o mais jovem da Missão lusa abraçou Merino, agora selecionador dos Estados Unidos, e disse-lhe, com a displicência da juventude, “já foste”.
Campeão mundial em título, Diogo Ribeiro, de 19 anos, foi apenas 20.º nas eliminatórias, com 51,90 segundos, ficando a 28 centésimos do 16.º e último apurado para as ‘meias’.
Terminava, assim, prematuramente a passagem do único campeão mundial da história da natação portuguesa – também o é dos 50 metros mariposa, uma distância não olímpica -, que na capital francesa só atingiu uma meia-final, a dos 50 livres, a sua pior distância, nas palavras do próprio.
A estreia olímpica de Diogo Ribeiro, que foi também 16.º nos 50 livres (meias-finais) e 28.º nos 100 livres, ficou aquém do esperado, acompanhando o desempenho geral da natação pura nestes Jogos Olímpicos.
Pior do que a prestação na piscina só mesmo fora dela, com o nadador luso a culpar tudo e todos pelo seu fracasso, embora sem deixar de reconhecer que não estava no pico de forma em Paris2024 e que teria de alterar “alguma coisa” no treino.
Diogo Ribeiro queixou-se da Aldeia Olímpica, da piscina da La Defense Arena e até dos horários escolhidos para as provas, num discurso em que foi oscilando entre a felicidade e a tristeza, assumindo que não adorou a estreia olímpica.
“Vim para aqui como campeão mundial e nem à meia-final passei. Temos de ver o que é que aconteceu, o que é que falhou para o pico de forma. Não vou mentir, nem estava à espera que com as sensações que tive nesta prova... Pensei que ia para um tempo mais rápido, mas, ao mesmo tempo, não me esforcei assim tanto para ir com o tempo mais rápido. Ou seja, sinto que tinha mais para dar, mas, infelizmente, ia na terceira série e os outros podiam ver os tempos que estávamos a fazer e ir mais rápido”, admitiu.
Ao mesmo tempo que uma das maiores figuras da Missão portuguesa se despedia de Paris2024 também Rochele Nunes ‘caía’ na Arena Champs-de-Mars: a judoca portuguesa perdeu o segundo combate da categoria +78 kg diante da bósnia Larisa Ceric, por ippon (estrangulamento).
Na estreia na capital francesa, a última judoca lusa em competição tinha entrado com uma vitória, perante a tunisina Sarra Mzougui, desclassificada com um terceiro castigo, mas a derrota a meio do segundo combate, ainda nos 'oitavos', tirou-a dos Jogos.
Do outro lado da cidade, na ‘abertura’ das atividades no Stade de France para a delegação portuguesa, Isaac Nader garantiu o apuramento para as meias-finais dos 1.500 metros, ao ser sexto na segunda série da primeira ronda de qualificação, com o tempo de 03.35,44 minutos.
O atleta natural de Faro, de 24 anos, segue diretamente para as meias-finais, agendadas para as 21:10 locais (20:10 em Lisboa) de domingo, ao contrário de Lorène Bazolo, que pouco depois falhou o apuramento para as ‘meias’ dos 100 metros, ao acabar a primeira eliminatória no 44.º lugar.
Na sessão da tarde, Liliana Cá, quinta em Tóquio2020 e medalha de bronze nos Europeus Roma2024, caiu prematuramente no lançamento do disco, ao conseguir apenas a 14.ª marca da qualificação, com 62,43 metros, a 20 centímetros da última apurada.
Apurada para a final de segunda-feira está Irina Rodrigues, que, aos seus quartos Jogos Olímpicos, assegurou pela primeira vez um lugar entre as 12 melhores, com um lançamento a 62,90 metros.
Francisco Belo, com três nulos, e Tsanko Arnaudov, com um lançamento de 20,31 metros, ficaram fora da final do peso, assim como Mariana Machado nos 5.000 metros, que acabou em 15.05,77 minutos, o 28.º das eliminatórias.
Mariana Machado ficou a 23,62 segundos da oitava classificada na sua série, a norte-americana Karissa Schweizer (14.59,64), a última que chegou à final de segunda-feira.
A meio-fundista do Sporting de Braga terminou com o 28.º tempo das eliminatórias.
Também hoje, em Marselha, os velejadores Carolina João e Diogo Costa entraram em ação, sendo terceiros na segunda regata do 470 misto, depois de terem sido desclassificados na primeira – ocupam a 11.ª posição da geral.
O início da dupla portuguesa foi negativo, uma vez que foram desclassificados por terem infringido a regra da bandeira preta na largada, em que nenhuma parte do casco de um barco poderá estar no triângulo formado pelas extremidades da linha de largada e a primeira marca de percurso no minuto antes da partida.
Depois de ter concluído o primeiro dia de regatas de ILCA 7 na terceira posição, Eduardo Marques desceu hoje à nona posição, com 31 pontos, após ter terminado as duas regatas do dia nas 31.ª e 15.ª posições.
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