O Presidente da República considerou hoje que na altura dos Jogos Olímpicos os portugueses “são muito sensíveis” a uma maior aposta financeira na preparação dos atletas, mas daqui a uns meses talvez não sejam “tão entusiásticos”.

“A questão é a seguinte, os portugueses em geral, na altura dos Jogos Olímpicos, são muito sensíveis à ideia de que era preciso fazer uma aposta financeira mais forte e uma aposta organizativa mais forte na preparação dos Jogos Olímpicos”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.

Em declarações à SIC Notícias em Monte Gordo (Algarve), onde está de férias, o chefe de Estado assinalou que o tempo de preparação foi menor do que é habitual e que houve um “esforço muito grande”, que “tem muito mérito de José Manuel Constantino”, o presidente do Comité Olímpico de Portugal, que morreu no domingo.

“Os resultados obtidos atingiram as metas, mas pode-se fazer mais, pode-se fazer melhor, implica mais dinheiro, implica uma aposta mais funda. Eu não sei se os portugueses, daqui por uns meses, quando tiver passado o entusiasmo dos Jogos Olímpicos, são tão entusiásticos assim na ideia de reforçar substancialmente, como fazem outros países que gastaram fortunas, verdadeiramente fortunas, até países com dimensões próximas da nossa, para poderem ter resultados políticos”, defendeu.

Marcelo Rebelo de Sousa considerou que os resultados “são desportivos, mas são políticos”.

“É uma aposta como outra qualquer, eu penso que entra-se um novo ciclo, com um novo líder, esperemos com a garra e a força de José Manuel Constantino, e vamos ver se isso tem como resultado, numas olimpíadas difíceis vão ser as americanas - porque o nível está a subir, e os asiáticos estão a subir, e portanto, de repente, é mais difícil a competição - se nós podemos ir mais longe, em medalhas, em diploma, ainda do que fomos”, assinalou.

Paris recebeu, entre 26 de julho e domingo, os Jogos Olímpicos da XXXIII Olimpíada, com Portugal a conquistar quatro medalhas, com o destaque a ir para o ouro no madison dos ciclistas Rui Oliveira e Iúri Leitão, que foi prata no omnium masculino, com Pedro Pichardo a ser segundo no triplo salto e a judoca Patrícia Sampaio a conquistar o bronze em -78kg, além de outros 10 diplomas.