Filipa Martins, representante portuguesa no concurso completo de ginástica artística em Paris2024, partiu hoje para a capital francesa, plena de "entusiasmo" para uma histórica terceira participação em Jogos Olímpicos, que assume nunca ter imaginado.
Face ao grande feito no panorama nacional, apenas igualado por Esbela da Fonseca, em Roma1960, Tóquio1964 e México1968, e Ana Rente, nos trampolins, em Pequim2008, Londres2012 e Rio2016, a ginasta apresentou-se com sentimento de dever cumprido, mas sem deixar de reiterar o seu grande objetivo: atingir a final do concurso completo.
"Foi algo que nunca imaginei enquanto criança, o sonho que eu tinha era estar presente nos Jogos Olímpicos. Não imaginava que iria estar em três, por isso, vou cheia de força, estou superentusiasmada. Vamos tentar a final de 'all around'", garantiu aos jornalistas, à chegada ao Aeroporto Francisco Sá Carneiro.
Aos 28 anos, Filipa Martins espera que a longevidade da sua carreira e os seus feitos possam ajudar a modalidade a crescer em Portugal, numa altura em que diz faltar ainda uma "base de apoios".
"Acho que é sempre muito bom para o nosso país e para a nossa modalidade. Claro que ainda falta toda uma base de apoios por trás, mas mesmo sem isso acho que temos conseguido fazer grandes coisas", constatou.
Por isso mesmo, a ginasta considera irrealista augurar uma eventual chegada às medalhas, pelo menos num futuro próximo.
"Não se pode dizer que há um sonho, porque sei bem as limitações do meu desporto e da nossa realidade. Acho que temos vindo a crescer muito e quem sabe? Um dia, espero que isso aconteça e consigamos lutar por medalhas. Na nossa realidade, neste momento, é um bocadinho difícil de acontecer, mas damos o nosso melhor sempre e o que vier vai ser bom", explicou.
Depois de conseguir o melhor desempenho de sempre de uma portuguesa em Europeus, com o quinto lugar nas paralelas assimétricas, na cidade italiana de Rimini, em maio, assume que chega a Paris num contexto mais favorável, longe das lesões que têm condicionado a sua carreira.
"Acho que foi uma boa preparação comparada com os anos seguintes a Tóquio2020, que foram um bocadinho mais difíceis, por isso vou dar o meu melhor, como sempre. Vai ser bom!", vaticinou.
Depois de conquistar o 17.º posto nas paralelas assimétricas e o 43.º em 'all around' em Tóquio2020, Filipa Martins recordou as condicionantes provocadas pela covid-19 nessa circunstância e mostrou-se muito satisfeita por poder contar, desta feita, com mais apoio.
"Faz sempre diferença. Temos sempre a família e amigos mais perto. Claro que temos sempre o público do outro lado da televisão, a puxar por nós e a apoiar-nos, mas acho que ter a família perto e os amigos é sempre diferente e sempre bom", rejubilou.
A qualificação para a final do concurso completo de ginástica artística feminina decorre no domingo, com a luta pelas medalhas a disputar-se em 01 de agosto.
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