O ciclista Iúri Leitão assumiu hoje que acreditava poder tornar-se o terceiro português com medalhas de ouro e prata em Jogos Olímpicos, antes de se juntar a Carlos Lopes e Pedro Pichardo com a vitória em madison em Paris2024.
“Vou-vos dizer com muita sinceridade, ontem [na sexta-feira] estava a ver a prova de triplo salto, estava a torcer que o Pedro conseguisse o ouro - acho que ele merecia, foi um pouco azarado, porque o melhor salto dele foi o salto que ele ficou a 23 centímetros da marca de chamada – e, no fim, eu ouvi que ele tinha sido apenas o segundo atleta da história de Portugal a conseguir ouro e prata na carreira. Eu pensei, na forma que eu estou, com o colega que eu tenho, com a tática perfeita, acho que isto não vai escapar”, disse.
Após se tornar, juntamente com Rui Oliveira, campeão olímpico de madison, Iúri Leitão, que tinha conquistado a prata em omnium dois dias antes, “estava confiante” que podiam fazer “um bom resultado”, mesmo adiantando que “as sensações não eram as melhores”.
“Mas acho que isso foi determinante para nós gerirmos as nossas forças e apostarmos as nossas forças na hora certa. E, no final, nós tínhamos isto treinado, nós sabíamos que os últimos cinco, seis minutos de competição eram fundamentais, porque a fadiga ia instalar-se e nós íamos ter essa última bala, esse último cartucho para gastar”, disse.
Contudo, essa confiança não surgiu logo após a conquista da prata em omnium, mesmo dizendo que entrou para essa prova “mais reticente do que no madison”.
“Com o passar do dia do omnium, eu fui percebendo que estava a grande nível nestes Jogos Olímpicos. Por mais que seja difícil de acreditar, ontem [na sexta-feira] à noite eu não conseguia dormir. E foi a oportunidade que eu tive de rever todas as provas do omnium. E eu percebi que realmente houve uma fase que eu fui superlativo. Eu e o francês estivemos acima de toda a gente. E eu estava confiante que se eu conseguisse estar num dia ok, pelo menos, que íamos conseguir fazer um grande resultado”, referiu.
Dizendo que “estava acima de tudo confiante, mas não convencido”, antes de uma prova “que muda muito”, o vianense disse que olhou para o primeiro lugar na quinta-feira e pensou que poderia ser seu.
“Mas é difícil dizer, não é? É difícil dizer até as coisas acontecerem”, referiu.
Iúri Leitão adiantou que Rui Oliveira “estava mais reticente”, porque também ainda não tinha competido e não tinha tido “as melhores sensações no treino” da véspera.
“Estava com dificuldades em respirar. Enfim, eu acho que isso também acaba por ser um pouco psicológico, porque nós queremos estar no nosso melhor. E damos atenção a todos os detalhes que nos possam deitar abaixo. Ele estava reticente, ele estava com um pouco de receio de não fazer uma boa corrida. Mas eu disse-lhe: Está tranquilo, nós já provámos tudo o que temos para provar, estamos em grande nível, tens-te preparado de uma forma impecável. Eu estou em bom nível também e amanhã [hoje] vai ser o nosso dia e vamos com calma”, explicou.
Comentários