A SAD do Benfica informou hoje a “cooptação” de Sílvio Cervan “como membro” do Conselho de Administração “para o mandato em curso, com efeitos imediatos”, em comunicado envido à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

“A Benfica SAD informa que o seu Conselho de Administração deliberou hoje a designação por cooptação do Dr. Sílvio Rui Cervan como membro deste órgão social para o mandato em curso, com efeitos imediatos”, anuncia o comunicado.

De acordo com aquele órgão, “na sequência da renúncia apresentada” por Luís Filipe Vieira, comunicada na quinta-feira, a designação de Sílvio Cervan como membro do Conselho de Administração da Benfica SAD “terá como consequência a imediata produção de efeitos daquela renúncia”.

No mesmo comunicado, a SAD dos ‘encarnados’ avança que tomou conhecimento “do comunicado do seu acionista Sport Lisboa e Benfica, titular de ações representativas do seu capital social da categoria A”, divulgado hoje.

O clube ‘encarnado’ avança que “desconhecia em absoluto a existência das negociações que conduziram à assinatura de um acordo para a compra de 25% do capital da Benfica SAD entre o acionista privado José António dos Santos e o investidor John Textor”.

O Benfica adianta ainda que considera “inoportuna esta operação, pelo que à mesma se oporá, no exercício dos seus direitos e deveres, caso esta matéria venha a ser sujeita a deliberação em Assembleia Geral de Acionistas da Benfica SAD, tornando pública esta sua decisão de imediato por entender que a mesma contribui para esclarecer a posição do Benfica a este respeito, evitando-se assim dúvidas e especulações”.

Luís Filipe Vieira foi um dos quatro detidos numa investigação que envolve negócios e financiamentos superiores a 100 milhões de euros, com prejuízos para o Estado, SAD do clube e Novo Banco.

O agora ex-presidente do Benfica está em prisão domiciliária até à prestação de uma caução de três milhões de euros e proibido de sair do país, além de estar indiciado por abuso de confiança, burla qualificada, falsificação de documentos, branqueamento de capitais, fraude fiscal e abuso de informação.

Segundo o Ministério Público, o empresário provocou prejuízos ao Novo Banco de, pelo menos, 45,6 milhões de euros, compensados pelo Fundo de Resolução.

No mesmo processo, denominado ‘Cartão Vermelho’, foram detidos, para primeiro interrogatório judicial, o seu filho Tiago Vieira, o agente de futebol e advogado Bruno Macedo e o empresário José António dos Santos, todos indiciados por burla, falsificação de documentos, branqueamento de capitais e fraude fiscal.