O Conselho de Futebol da UEFA apelou aos jogadores e treinadores para que tenham mais respeito pelos árbitros, e para que haja menos desperdício do tempo de jogo, segundo a informação hoje divulgada pela entidade.
"O Conselho reconheceu consensualmente que o comportamento dos jogadores e treinadores em relação aos árbitros em vários casos recentes tornou-se uma questão crítica e não contribui positivamente para a boa imagem do jogo. Os membros estão unidos na sua convicção de que esta questão precisa de ser abordada com a maior firmeza possível", lê-se no comunicado relativo à reunião de segunda-feira, em Nyon, na Suíça.
No final do encontro, que decorreu sob a presidência do ex-internacional português Luís Figo, conselheiro de futebol da UEFA, foi concluído que "é importante que os treinadores deem o exemplo às suas equipas e que o assédio moral aos árbitros seja eliminado", sublinhando que "os árbitros são um elemento essencial do futebol e devem ser protegidos de todas as formas de abuso".
Segundo o conselho de peritos, "o que acontece no jogo profissional tem o poder de influenciar toda a pirâmide", já que o recrutamento e a retenção de árbitros dependem muito dos exemplos positivos dados em competições seguidas por milhões de adeptos.
"Foi acordado que se justifica uma abordagem disciplinar firme, mas que também seria aconselhável melhorar a transparência da comunicação entre os árbitros e os treinadores para inspirar a compreensão e o respeito mútuos", informou a entidade.
Além desta questão, o conselho também discutiu as situações de jogadores que fingem lesões para obter uma vantagem injusta, perder tempo e perturbar o fluxo do jogo, e sugeriu, entre outras coisas, que uma campanha liderada por jogadores importantes deveria ser lançada para esclarecer a injustiça de esse comportamento e desencorajá-lo.
"A direção concluiu que deveriam ser implementadas medidas eficazes para limitar a fragmentação do ritmo dos jogos", realçou o conselho.
A sessão terminou com discussões sobre o videoárbitro (VAR) e a direção recomendou trabalhar para garantir que a sua utilização seja mais consistente, transparente e compreensível para jogadores, treinadores e adeptos.
"O VAR deve ser visto como uma ferramenta de ajuda aos árbitros e as suas intervenções não devem ser percebidas como um julgamento negativo sobre os próprios árbitros. É claro que nem tudo em campo pode ser visto pelo árbitro", vincou o conselho de peritos.
A reunião contou com a presença do selecionador português Roberto Martínez, bem como de vários ex-jogadores e outros técnicos: Éric Abidal, Rafael Benítez, Oliver Bierhoff, Petr Cech, Rio Ferdinand, Jürgen Klinsmann, Henrik Larsson, Michael Laudrup, Juan Mata, Predrag Mijatović, Giovanni van Bronckhorst, Patrick Vieira e Rudi Völler.
"A reunião com o Conselho de Futebol da UEFA é importante para a UEFA e para o futebol em geral, pois fornece-nos informações valiosas dos principais intervenientes que experimentaram o jogo ao mais alto nível sobre os vários tópicos e questões atuais. Estamos ansiosos por rever as discussões como parte do compromisso inabalável da UEFA em melhorar o jogo que amamos para todos e para as gerações vindouras", rematou Luís Figo.
O Conselho, formado no ano passado, foi constituído pelo órgão dirigente do futebol europeu para fornecer uma perspetiva independente sobre temas relacionados com o futebol. Os membros do Conselho de Futebol da UEFA foram selecionados pelas suas excecionais realizações em campo, posição de reputação global e profundidade de experiência e conhecimento no desporto.
Além de o selecionador nacional de futebol, o espanhol Roberto Martínez, e do ex-futebolista Luís Figo, também o treinador José Mourinho integra a equipa de conselheiros da UEFA.
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