O treinador Ricardo Sá Pinto assumiu hoje existir um “sentimento de revolta” no balneário do lanterna-vermelha Moreirense, na véspera do encontro com o Gil Vicente, na abertura da 29.ª jornada da I Liga de futebol.
“Já chega de tantas coisas menos boas e está na altura de sermos recompensados. A nossa equipa não é a melhor, mas também não é a pior do campeonato e tem qualidade suficiente para nos mantermos com mérito. Não achamos esta situação justa, mas temos de fazer esse ‘transfer’ para o campo”, apontou o técnico, em conferência de imprensa.
Distantes das vitórias há sete partidas, os ‘cónegos’ perderam pela quarta ronda seguida frente ao ‘vizinho’ Vitória de Guimarães (0-1) e ‘caíram’ para o 18.º e último lugar, numa jornada em que os concorrentes diretos Belenenses SAD, Tondela e Arouca triunfaram.
“Acreditamos numa ou outra situação estratégica que treinámos esta semana. Podemos surpreender e vencer. Continuamos a trabalhar no processo da nossa equipa, que está mais sólida de jogo para jogo e melhor na qualidade, na gestão e na posse. Falta-nos alguma felicidade, que espero que surja no próximo jogo, para pontuarmos”, analisou.
O Moreirense assumiu o estatuto de lanterna-vermelha da I Liga pela primeira vez esta época, mas Ricardo Sá Pinto mostrou-se “confiante” para o duelo em Barcelos, onde os vimaranenses venceram nas últimas três épocas e esperam um opositor “sem pressão”.
“O Gil Vicente está a fazer uma grande I Liga. Tem a [vaga na] Liga Europa praticamente assegurada e com grande mérito. Não mudou quase nada da primeira para a segunda volta, foi em crescendo e é uma equipa difícil de desequilibrar e de parar, apresentando bons jogadores em todos os setores e uma boa ideia. Temos uma estratégia montada para aplicar neste jogo e espero que o possamos fazer da melhor maneira”, observou.
Com apenas um golo marcado nas últimas quatro rondas, sinal de que “falta continuar a melhorar o processo ofensivo”, os ‘cónegos’ ficaram a seis pontos da zona de ‘salvação’ direta, ainda que sem beliscar a crença numa oitava permanência consecutiva na prova.
“A equipa tem vindo a criar oportunidades, mas necessita realmente de fazer golos e não pode dar duas oportunidades aos adversários. Temos soluções para ser fortes a atacar nos dois flancos. Estrategicamente, às vezes atacamos mais de um lado, consoante o adversário e aquilo que achamos melhor para a equipa. Será sempre assim”, explicou.
Ricardo Sá Pinto enfrentou a contestação dos adeptos após o ‘clássico’ do concelho de Guimarães, notando que a bancada “está habituada a um ambiente de I Liga e não se vê noutra situação”, mas prometeu estar longe de qualquer rendição a seis jornadas do fim.
“O público é apaixonado e vive para o clube. Está com a esperança de que se alcancem bons resultados a todo o momento e quer ver-nos positivos. Foi o que disse aos adeptos. Logicamente, gostava de estar mais perto deles a ganhar e isso aconteceu pouco. Não imaginam a vontade que tenho de ganhar, mas isto não tem sido fácil de gerir”, concluiu.
O Moreirense, 18.º e último colocado, com 20 pontos, visita o Gil Vicente, quinto, com 46, na sexta-feira, às 20:15, no Estádio Cidade de Barcelos, no embate de abertura da 29.ª ronda da I Liga, com arbitragem de Nuno Almeida, da Associação de Futebol do Algarve.
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