Jaime Marta Soares veio a público defender-se das acusações de Elsa Tiago Judas, presidente da recém-criada comissão transitória da Mesa da Assembleia-Geral. A advogada defende que Marta Soares, presidente da Mesa da Assembleia-geral do Sporting, está demisionário, daí a direção ter criado a Comissão Transitória até haver eleições.
"A partir do momento que publicamente diz que renunciou, passa a ter um estatuto jurídico de presidente demissionário de uma Mesa da AG demissionária. Não tem de haver formalismo. A eficácia materializa-se na chegada da renúncia, que neste caso foi pela comunicação social", comentou Elsa Judas à Sporting TV.
Ora Jaime Marta Soares não concorda. Em declarações ao jornal OJogo, o dirigente leonino lembrou o que diz os estatutos do clube para se defender que o seu processo de demissão não foi completado.
"O presidente da Mesa, para assumir a sua demissão, tinha de informar desse pedido ao presidente do Conselho Fiscal e Disciplinar [Nuno Silvério Maques], algo que não aconteceu. Mas mesmo que o tivesse feito, a Mesa fica em funções até ao momento em que haja eleições devidamente convocadas pelos estatutos. E depois seria eu próprio, como presidente da Mesa cessante, via eleições, a dar posse a quem fosse eleito. Tudo isto cai pelo desconhecimento que [Elsa Judas] tem dos estatutos. A Mesa tem vindo a gerir todo o seu trabalho no cumprimento rigoroso dos estatutos do Sporting, que são a constituição do Sporting, a matriz de todo o processo, do respeito pelos sócios. O que o presidente da Mesa tem vindo a fazer é respeitar com rigor aquilo que é a vontade dos sócios", começou por dizer.
"Eu estou legitimado em eleição por vontade dos sócios. E ela está legitimada porquê, por um golpe de Estado? Ela que não confunda o que é legitimidade democrática com sustentação estatutária. É uma ilegalidade grave", recordou Jaime Marta Soares.
Elsa Judas disse na Sporting TV que a direção do Sporting, liderada por Bruno de Carvalho, tem toda a legitimidade para criar uma comissão de substituição da Mesa da Assembleia-geral.
"O Conselho Diretivo não substituiu a Mesa da Assembleia. O Conselho Diretivo tem obrigação, porque os interesses do Sporting estão a ser manchados e vexados, de praticar o mais elementar ato de gestão, que é parar com isto. Qual a maneira? Substituir, segundo os estatutos, o presidente da Mesa demissionária e a Mesa demissionária. Em que apoiamos nisto? Nos poderes de gestão normal do Conselho Diretivo. Se tem de ser criada uma comissão transitória caso haja cessação do mandato do Conselho Diretivo e Conselho Fiscal e Disciplinar, também tem de ser criada uma comissão transitória caso a Mesa da AG e o seu presidente se demitam. Esta comissão tem fundamento nos estatutos do Sporting, foi constituída ao abrigo dos estatutos do Sporting e tem todos os poderes para fazer o que está a fazer", comentou.
De recordar que Jaime Marta Soares, presidente da Mesa da Assembleia-geral do Sporting, convocou uma Assembleia-Geral destituitiva para o Conselho Diretivo para 23 de junho, convocação essa que é contestada pela direção liderada por Bruno de Carvalho.
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