Da euforia à depressão. Portugal caiu nos quartos do Mundial2022 perante Marrocos e viu morrer o sonho de conquistar a prova mais importante a nível de seleções de futebol. A participação portuguesa no Qatar resumiu-se a três vitórias e duas derrotas, 12 golos marcados e seis sofridos e viu Fernando Santos deixar o cargo de selecionador, dias depois. O capitão Cristiano Ronaldo centrou as atenções na prova, pelos piores motivos.
A expetativa era grande, num dos melhores grupos de jogadores que Portugal já dispôs. Depois de uma apuramento em que foi preciso ir a um play-off, Portugal chegou ao Qatar com muitas esperanças mas não passou dos quartos de final, onde foi batido pela sensação Marrocos. Cristiano Ronaldo, que procurava igualar Eusébio como melhor marcador de sempre da Seleção, acabou por ofuscar a seleção pelas polémicas extrafutebol.
Apuramento só chegou no play-off
Portugal começou por falhar o apuramento direto ao ser segundo num grupo acessível, com Sérvia, Luxemburgo, República da Irlanda e Azerbaijão. Os empates fora de casa diante dos sérvios (esteve a vencer por 2-0) e os irlandeses atiraram tudo para a derradeira ronda.
A precisar de um ponto para terminar em 1.º, Portugal perdeu na Luz por 2-12, com os sérvios a marcarem o golo da vitória aos 90 minutos e a conseguirem o apuramento direto. Segundo lugar, cinco vitórias, dois empates, uma derrota, 17 golos marcados, seis golos sofridos resumia a fase de grupos dos lusos.
No play-off, Portugal fez valer o estatuto de favorito e venceu a Turquia por 3-1 e a Macedónia do Norte por 2-0, para assim confirmar a sua oitava presença em Mundiais.
De candidato a apenas cumprir os serviços mínimos
Com Gana, Uruguai e Coreia do Sul como adversários na fase de grupos, Portugal acabou por terminar como 1.º e assim evitar formações de outra nomeada nos oitavos de final.
A vitória diante do Gana (3-2) na ronda inaugural, com golos de Bruno Fernandes, Cristiano Ronaldo e Rafael Leão, deixou o apuramento bem encaminhado, que seria confirmado após o triunfo por 2-0 diante do Uruguai (dois golos de Bruno Fernandes) Apesar da derrota diante da Coreia do Sul por 2-1, Portugal foi 1.º do Grupo.
O jogo ficou marcado pela polémica substituição de Cristiano Ronaldo que, quando viu a placa com o seu nome, terá dito que Fernando Santos estava com muita pressa de o tirar. O capitão foi para o banco no jogo seguinte e Portugal goleou a Suíça por 6-1, neste que foi o seu segundo melhor resultado de sempre em Mundiais..
Diante de Marrocos, nos quartos de final, Fernando Santos voltou a deixar Cristiano Ronaldo no banco, Portugal sofreu o golo da derrota na 1ª parte e depois foi incapaz de bater a muralha defensiva dos magrebinos e ficaria pelo caminho.
Bruno Fernandes o melhor, Cristiano Ronaldo a desilusão
A nível individual, destacaram-se Bruno Fernandes, com dois golos, três assistências e Homem do Jogo em quatro das cinco partidas que disputou. Gonçalo Ramos deu-se a conhecer ao Mundo com o hat-trick apontado à Suíça.
Cristiano Ronaldo não deu seguimento às expetativas depositadas em si e deu seguimento a uma má época no seu clube até novembro, somando más exibições. João Cancelo esteve muito abaixo a nível ofensivo do que faz no Manchester City e Diogo Costa, apesar da boa exibição diante do Uruguai, tremeu em momentos cruciais.
O Mundial que ditou o fim da era Fernando Santos
Como já se começava a prever, o Mundial também significou um fim de ciclo de Fernando Santos enquanto Selecionador Nacional. Depois de várias notícias que davam certa a saída, no dia 15 de dezembro, a Federação oficializou o acordo para a rescisão de contrato após oito anos de ligação que tornaram o engenheiro o treinador com mais jogos por Portugal.
A conquista do Euro 2016 e da Liga das Nações em 2019 ficarão para sempre na memória dos portugueses e dos jogadores que não se mostraram indiferentes à saída. William Carvalho, Pepe e Bernardo Silva frisaram o papel do selecionador no futebol português. Muitos dos internacionais que tiveram no Qatar juntaram-se aos campeões da Europa nas palavras a Fernando Santos.
Quanto ao futuro da seleção, não faltam opções para assumir o cargo de selecionador, mas os nomes que saltam mais à vista são os de Rui Jorge e José Mourinho.
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