Tal como o Brasil foi descoberto pelo navegador português Pedro Álvares Cabral, em 1500, quis o destino que a novíssima Arena de Pernambuco fosse “descoberta” por um clube do nosso país. O Sporting Clube de Portugal foi o convidado para a inauguração do estádio, apadrinhando assim um dos recintos construídos de raíz para o próximo Mundial 2014. Um marco que segue a tradição verde e branca, uma vez que os leões foram o primeiro emblema nacional a fazer uma digressão ao Brasil, no longínquo ano de 1928.
Foram precisos cerca de três anos e 532 milhões de reais (aproximadamente 176,6 milhões de euros) para erguer a Arena de Pernambuco. O novo recinto do Náutico tem capacidade para 46 mil espectadores e até já foi testado na recente Copa das Confederações, acolhendo três partidas da prova que o Brasil viria a ganhar. Para o próximo Campeonato do Mundo estão já agendados cinco encontros.
No entanto, foi o clube de Alvalade que teve a honra de pisar pela primeira vez o relvado pernambucano, num duelo com o Náutico, a 22 de maio deste ano, que terminou empatado a um golo. Aliás, o primeiro jogo de futebol neste campo até foi travado pelos trabalhadores da própria obra, com a “bênção” da presidente Dilma Rousseff, mas desse jogo não se ergueram crónicas.
Já do desafio entre o Náutico e o Sporting, que contou com 26803 espectadores, a história irá guardar um facto curioso. O autor do primeiro golo na Arena de Pernambuco foi o brasileiro Luís Eduardo, que se destacou por assinar um autogolo contra a sua própria equipa. Estavam decorridos 26 minutos da primeira parte quando um cruzamento do sportinguista André Carrillo encontrou o infeliz desvio do defesa do Náutico. Estava feito o golo e estava feita história na Arena de Pernambuco.
Contudo, os anfitriões empenharam-se para não manchar a festa de abertura com uma derrota. Assim, o Náutico alcançaria o empate já na reta final do segundo tempo, com uma grande penalidade convertida com sucesso por Élton. Pelo meio registou-se ainda a primeira expulsão neste estádio, um “feito” que coube ao internacional português Miguel Lopes.
Se Portugal irá passar pela Arena de Pernambuco é ainda uma incerteza. Primeiro, falta carimbar o passaporte para o Mundial. Depois, é aguardar pelo sorteio e pela possibilidade de voltar a escrever uma página lusitana na história deste jovem estádio.
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