Se à primeira vista reparamos nele pela saliente crista que imediatamente o distingue dentro de campo, num olhar mais atento é a qualidade técnica que se sobressai e supera o penteado rebelde de Marek Hamšík.
Começou a carreira profissional no Slovan Bratislava, o clube de maior sucesso da Eslováquia, com 11 títulos de campeão desde que a liga foi criada em 1993/94, e bastaram-lhe meia dúzia de jogos (literalmente) na primeira equipa para despertar a cobiça de emblemas de maior dimensão.
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O Brescia, de Itália, antecipou-se à concorrência e contratou o então promissor médio ofensivo de 17 anos. Fez apenas um jogo na primeira época transalpina, em 2004/05, que culminou com a descida da equipa à Serie B. O que parecia ser um revés na carreira de Hamšík acabou por ser um passo em frente. Após dois anos no segundo escalão italiano, no qual ganhou o estatuto de titular e de figura de destaque do Brescia, regressou à Serie A com a camisola do Nápoles.
No sul de Itália tornou-se uma das estrelas do calcio e do futebol mundial, depois de 11 épocas e meia como maestro de uma equipa que se foi recheando de grandes nomes, casos de Edinson Cavani, Lorenzo Insigne ou Gonzalo Higuaín, só para referir alguns dos que jogavam mais perto das balizas adversárias. Apesar de jogar no meio-campo, Hamšík sempre se destacou pela veia goleadora e os 121 golos em 521 jogos pelos napolitanos conferiram-lhe o estatuto de melhor marcador da história do clube, depois de superar a lenda Diego Armando Maradona, marca entretanto batida pelo belga Dries Mertens.
Além do desempenho individual, o eslovaco contribuiu para a conquista de duas Taças de Itália e uma Supertaça, além de ter ajudado o Nápoles, que regressara à Serie A na época em que o contratou, a conseguir qualificações para a Liga dos Campeões. A importância (e longevidade) que teve na equipa valeram-lhe a braçadeira de capitão, que ostentou entre 2014 e fevereiro de 2019, quando saiu para o Dalian Pro, da China.
A passagem pelo futebol asiático garantiu-lhe uma reforma dourada, mas afastou-o dos holofotes internacionais. Em março deste ano regressou à Europa via IFK Gotemburgo. Apesar de a liga sueca não ser a mais apelativa do Velho Continente, era uma janela de mercado que estava aberta e Marek Hamšík procurava apresentar-se na melhor forma no Euro’2020, no qual atingiu a 129.ª internacionalização (26 golos) pela Eslováquia, um longo percurso que começou em 2007, quando tinha 19 anos.
Participou no Mundial de 2010, no Euro’2016 e marcou presença nos três jogos que a Eslováquia realizou no Europeu deste ano, embora não tenha tido a capacidade necessária para ajudar a qualificar a equipa para os oitavos-de-final. Na próxima época vai estrear-se na liga turca, ao serviço do Trabzonspor.
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