A goleada que se previa, o recorde que se esperava: Portugal não sentiu dificuldades para levar de vencida a frágil seleção do Liechtenstein, no arranque para o Europeu de 2024, no jogo que marcou a estreia de Roberto Martinez à frente da Seleção Nacional. Em Alvalade, perante 45370 espetadores, a formação das Quinas venceu por 4-0, com golos de João Cancelo, Bernardo Silva e Cristiano Ronaldo (2).

O capitão das Quinas reforçou o estatuto de melhor marcador de sempre de seleções, com 120 golos, e tornou-se no jogador mais internacional de sempre na história do futebol, com 197 internacionalizações, mais uma do que Bader Al-Mutawa, do Kuwait.

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Roberto Martinez: o 3-4-3 que se esperava

No seu primeiro à frente da Seleção de Portugal, Roberto Martinez mostrou ao que vêm, com um modelo tático diferente nas seleções lusas. O 3-4-3 ou 5-3-2 tinha a estreia absoluta de Gonçalo Inácio na Seleção A, num esquema com três centrais e dois laterais projetados - Cancelo e Raphel Guerreiro. O onze levou ainda João Palinha (não era jogo para ele) e Cristiano Ronaldo a titular na frente, ao lado de João Félix, que caía muitas vezes na esquerda.

Por falar em Cristiano Ronaldo, bateu mais um recorde: passou a ser recordista a solo de jogos e golos por seleções: 197 partidas por Portugal.

Este era um jogo em que as perguntas que se impunham eram: quantos e quanto. Quantos Portugal iria marcar, face a uma frágil seleção do Liechtenstein, candidato a terminar no último lugar, como tem acontecido quase sempre com esta formação. A outra questão era saber quando Portugal iria fazer o primeiro.

Foi cedo, o que dá sempre jeito neste jogos. A floresta de pernas que tapavam a baliza de Buchel não foram suficientes para travar o remate de fora da área de João Cancelo, depois de um canto, aos seis minutos. A bola do lateral português ainda sofreu desvios em dois defensores e também em Cristiano Ronaldo, antes de enganar o guardião contrário.

Feito o primeiro, pedia-se que Portugal mantivesse a velocidade de circulação e trocas posicionais com que entrou nos primeiros minutos. Mas não se viu isso. A equipa meteu uma mudança abaixo, foi-se perdendo nalguns rodriguinhos e deixou de criar verdadeiras situações.

Mesmo assim Cristiano Ronaldo teve duas oportunidades, aos 23 e 27, mas falhou o alvo no primeiro e permitiu a defesa de Buchel no segundo. Depois foi Bruno Fernandes a disparar de longe, aos 30, com a bola a dar sensação de golo.

O Liechtenstein, que raramente conseguia fazer três passes seguidos, limitava-se a despachar bolas e a juntar as linhas perto da sua área, com todos a defender. Rui Patrício era um mero espetador: só aos 28 minutos viria a trocar na bola, pela primeira vez, para a colocar em jogo após um passe sem nexo.

Outra atitude e tudo resolvido em quatro minutos

Pedia-se outro Portugal no segundo tempo e foi isso que se viu, com dois golos em quatro minutos. Aos 47, Bernardo Silva aproveitou um corte incompleto de um defesa do Liechtenstein para atirar a contar.

Quatro minutos depois foi Cristiano Ronaldo a fazer o seu golo 119 na Seleção lusa, na transformação de uma grande penalidade, após falta na área sobre João Cancelo. Remate forte e colocado, sem hipóteses para Buchel, apesar de ter adivinhado o lado da bola.

Era um outro Portugal, uma outra equipa, toda uma nova dinâmica ofensiva. Com o Liechtenstein encostado às cordas, a Seleção das Quinas foi criando várias oportunidades - João Cancelo e Bernardo Silva - e até meteu mais uma bola na baliza mas Cristiano Ronaldo, o marcador, estava em posição irregular.

O capitão bisaria na partida seis minutos depois do golo anulado. Aos 73, aproveitou um livre direto em zona frontal (falta sobre João Félix) para disparar uma bola e fazer o 4-0.

Com o jogo resolvido, Roberto Martinez lançou Rafael Leão e Rúben Neves aos 67, nos postos de Danilo e João Félix, e Gonçalo Ramos e Vitinha nos lugares de Cristiano Ronaldo e Bernardo Silva. O capitão foi ovacionado quando saiu, aos 79.

Nesse intervalo, entre as duas paragens para mexidas, Portugal podia ter marcado mais golos. Rúben Neves, Bruno Fernandes e João Palhinha viram Buchel negar-lhes o golo.

Até ao final, mais umas quantas oportunidades desperdiçadas na baliza de Buchel.

Portugal arranca da melhor forma e vence o primeiro jogo de apuramento para um Europeu, 25 anos depois. Deu para ver o 3-4-3 de Roberto Martinez embora o Liechtenstein não tenha sido o melhor opositor para ver as virtudes deste sistema na Seleção.

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