Os CPs (Controlos de Passagem) são pontos específicos onde temos que passar obrigatoriamente. A organização dá-nos a coordenadas geográficas dos mesmos, as quais marcamos sobre a carta. Estes pontos são materializados no terreno com uma bandeira vermelha alta, mas pouco larga que se vê bastante bem ao longe. Junto a essa bandeira há sempre alguém. Pode ser um marroquino solitário, um marroquino acompanhado por um carro da organização ou, quando se trata de pontos afastados para a categoria Expert, apenas o carro com elementos da organização. É neste pontos que os jornalistas fotógrafos e operadores de câmara nos esperam. São sempre simpáticos.
Os controladores marroquinos são colocados nos pontos no dia anterior, por isso eles estão sempre perto de uma árvore e têm uma tenda montada, mesmo que não esteja completa, e algumas garrafas de água. Há sempre dois ou três pauzinhos que ardem sem chama e o bule de chá está sempre lá. Eles vêm ter connosco sem pressa, tomam nota da nossa hora de passagem e dão-nos um pequeno autocolante. Normalmente, os marroquinos que encontramos por aí são extrovertidos e conversadores.
Estes, pelo contrário, são muito reservados e de alguns é mesmo difícil arrancar um “bonjour”. Talvez este seja o verdadeiro carácter de um marroquino não comerciante ou então levaram muito a sério o briefing da organização.
Às vezes os CPs não estão no sítio certo. Os controladores garantem que sim e então descobrimos que há qualquer coisa de errado com as cartas ou com o magnetismo das bússolas. De facto, elas não são tão fiáveis como pensávamos. O diretor de prova confirmou-nos que a carta de ontem não estava 100% correta e foi isso que levou ao nosso engano. É por estes CPs que sofremos ao longo do dia, levamos o nosso neurónio ao rubro e desesperamos. Por vezes, é deveras difícil encontrá-los, noutras alturas é mais fácil. Hoje foi um dia fácil. Fizemos 160 quilómetros num piso que era quase sempre bom e foi simples encontrar as bandeiras. Acho que fizemos bem.
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