
O Papa Francisco morreu esta segunda-feira, aos 88 anos, segundo confirmou o Vaticano. Depois de ter estado internado durante 38 dias, o Sumo Pontífice apareceu na varanda da Basílica de São Pedro para a tradicional bênção 'Urbi et Orbi' no final da Missa da Páscoa.
Ao longo da sua vida, Jorge Mario Bergoglio esteve sempre de mãos dadas com o futebol, ainda antes do seu papado. Nascido em Buenos Aires, na Argentina, tornou-se desde cedo apoiante do San Lorenzo, onde o seu pai tinha praticado basquetebol. A influência paternal aumentou a paixão por um dos maiores clubes da Argentina e fez com que Bergoglio se mantivesse sempre ligado ao emblema.
"Para mim, o San Lorenzo era o clube da família. O meu pai jogava na equipa de basquetebol. Quando éramos crianças, a mãe vinha connosco ao Gasómetro", disse Francisco.
Desde o título de campeão argentino em 1946, quando tinha apenas 10 anos, passando pelos momentos difíceis do San Lorenzo com a descida de divisão, até à subida e regresso aos momentos áureos do clube. O caminho de ambos foi feito lado a lado com destaque para 2013, ano em que Bergoglio foi eleito primeiro Papa sul-americano. Nesse ano, o San Lorenzo sagrou-se campeão argentino e em 2014 venceu a Copa Libertadores pela primeira vez na sua história.
Contudo, a ligação de Francisco ao futebol vai muito além do amor ao clube de Bueno Aires, estendendo-se para vários clubes e seleções que foi recebendo no Vaticano ao longo dos anos de pontificado.
Como apaixonado pelo desporto-rei, Francisco foi sendo presenteado por inúmeras camisolas para sua coleção. Para além disso, foram vários os clubes que decidiram visitá-lo em ocasiões especiais como fez o Bayern Munique em 2014 depois e uma goleada (7-1) à Roma para a Liga dos Campeões, entre outros.
Também Cristiano Ronaldo não ficar de fora e fez chegar ao Sumo Pontífice uma camisola sua, através da mãe Dolores Aveiro, em 2022.
Ainda este ano, o Papa Francisco surpreendeu tudo e todos ao eleger aquele que para si é o melhor jogador de todos os tempos, deixando de fora os argentinos Maradona e Messi.
"Maradona, como jogador, foi grande, mas, como homem, falhou. Pobre, resvalou com a companhia daqueles que o elogiavam e não o ajudavam. Messi é corretíssimo. É um senhor. Para mim, destes três, o grande senhor é Pelé", confessou.
"Foi um homem de grande coração. Falei com Pelé, conheci-o, uma vez, num avião, quando estava em Buenos Aires e falámos. Era um homem de muita humildade."
Papa Francisco fez sempre questão de manter presente a cultura popular aliada à fé, nunca escondendo a paixão pelo futebol.
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