Os deputados do PS querem saber por que razão os circuitos internacionais de Vila Real e Montalegre não obtiveram “qualquer financiamento público” este ano e perguntaram ao Governo se estão previstos apoios para estas corridas de automóveis em 2023.
Os parlamentares eleitos pelo círculo eleitoral de Vila Real, Francisco Rocha, Fátima Correia Pinto e Agostinho Santa, questionaram, através da Assembleia da República, os ministros da Economia e do Mar, Adjunta e dos Assuntos Parlamentares e da Coesão Territorial.
Na pergunta, divulgada à comunicação social, os parlamentares pediram esclarecimentos sobre as razões pelas quais as edições 2022 dos circuitos internacionais de Vila Real e de Montalegre não obtiveram “qualquer apoio ou financiamento público” por parte das entidades tuteladas por aqueles membros do Governo.
“Em relação às edições do próximo ano estão, desde já, previstos esses apoios e financiamento públicos”, perguntaram ainda os deputados socialistas.
Os parlamentares querem ainda saber “que eventos automobilísticos de índole mundial obtiveram apoio e financiamento nos últimos cinco anos e quais os respetivos montantes”.
A 51.ª edição do Circuito Internacional de Vila Real, que teve como prova de destaque a Taça do Mundo de Carros de Turismo (WTCR), realizou-se entre sexta-feira e domingo.
No último dia do evento, o presidente da Câmara de Vila Real, o socialista Rui Santos, lançou um ‘grito de alerta’ devido à falta de apoios que deixa em risco a edição 2023 do circuito e do WTCR.
O autarca lamentou a falta de apoio do Governo para a organização do Circuito Internacional de Vila Real e criticou também a Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting (FPAK), a Eurosport e as empresas que subiram “inexplicavelmente” os preços e ainda quem pede à organização uma pulseira pela qual não é capaz de pagar 10 euros.
Por tudo isto, Rui Santos afirmou que, no final da edição 2022, a organização, que junta o Clube Automóvel de Vila Real (CAVR), a Associação Promotora do Circuito Internacional de Vila Real (APCIVR) e o município, vai refletir e ponderar todos estes factos.
O orçamento do município para esta edição das corridas de Vila Real foi de 1,5 milhões de euros.
Os deputados socialistas lembraram que as corridas de Vila Real “são, desde há muito, um cartaz da cidade e, após um interregno de vários anos, foram retomadas em 2014”.
“O seu traçado invulgar e a interação muito próxima entre público e pilotos fizeram com que fosse considerado como o melhor circuito urbano do mundo”, referiram.
Destacaram ainda que é “inegável o grande impacto económico que um fim de semana de provas automobilísticas provoca na região de Vila Real, principalmente, nos setores da hotelaria e restauração”.
Segundo os deputados, o Campeonato do Mundo de Ralicrosse (WRX) realizado anualmente em Montalegre, no distrito de Vila Real, “tem tido igual dificuldade em angariar qualquer tipo de apoio financeiro”.
E, para os parlamentares, estas provas devem ser consideradas “bons exemplos de eventos âncora para a promoção turística da região, atraindo, anualmente, milhares de aficionados (…), contribuindo assim para a promoção e divulgação nacional e internacional de Vila Real, de Montalegre, do Douro e do Alto Tâmega”.
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