As motas vão voltar a entrar em pista, esta sexta-feira, no Grande Prémio do Qatar que marca o início da temporada de 2024 de MotoGP.
Com muitas novidades, a nova temporada promete trazer muitas surpresas principalmente com pilotos a correr por novas equipas, o caso de Miguel Oliveira, apesar de continuar a correr pela equipa satélite da Aprilia, e de Marc Márquez que ao final de onze anos deixou a Honda, para fazer dupla com o irmão na Gresini Racing.
O circuito de Losail volta assim receber as categorias de Moto3, Moto2 e MotoGP no arranque da nova temporada de 2024, veja tudo o que precisa de saber da nova época neste guia do Sapo Desporto.
As mudanças: pilotos, chefes de equipa e a silly season
A silly-season de 2024 promete dar que falar nesta temporada, ainda mais do que da época passada em que houve várias mudanças de pilotos.
Uma das mudanças mais inusitadas, digamos assim, foi a saída de Marc Márquez da Honda, ao final de onze anos, para a Gresini Racing, onde na presente temporada vai fazer dupla com o seu irmão, Álex Márquez.
O seu lugar acabou por ser ocupado por Luca Marini, que deixou assim a Mooney VR46 Racing Team - equipa de Valentino Rossi, seu meio irmão e... o eterno rival do piloto espanhol -, e vai fazer equipa com Joan Mir na Honda.
Também no meio desta 'dança das cadeiras', Fabio Di Giannantonio, que tinha o futuro incerto depois da mudança de Márquez para a Gresini, acabou por ocupar o lugar de Marini na equipa de Valentino Rossi no mundial de MotoGP.
O piloto francês, Johann Zarco também acabou por deixar a Prima Pramac para se aventurar na LCR Honda, tendo sido substituído por Franco Morbidelli, que deixou a Yamaha, com o seu lugar a ser ocupado por Alex Rins.
De ressalvar ainda, o salto de Pedro Acosta da Moto2 para a categoria rainha, pela GasGas.
Ora veja quem são os pilotos da temporada de 2024 do MotoGP
Na presente época, uma vez que existem vários pilotos em final de contrato, todos os olhos vão estar postos nos rumores a circular no paddock sobre as possíveis mudanças de equipas, uma vez que, 18 pilotos terminam o seu contrato no presente ano, incluindo Miguel Oliveira.
Os únicos pilotos que têm lugares assegurados para as próximas temporadas da categoria rainha são o bicampeão mundial, Francesco Bagnaia que renovou com a Ducati até 2026, Brad Binder que tem um contrato longo com a KTM (até 2026) e, Luca Marini que assinou por dois anos com a Honda e, por fim, Johann Zarco com a Honda LCR, também por duas temporadas.
A nível de chefes de equipa também houve várias mudanças, uma vez que existem oito pilotos a trabalhar com novos chefes, o que pode alterar várias dinâmicas, uma vez que, parte deles a definição das estratégias. Por sua vez, Miguel Oliveira vai continuar a trabalhar com Giovanni Mattarollo, não fazendo parte do leque de mudanças.
Miguel Oliveira e o novo sonho americano
Miguel Oliveira, o único português em pista, teve um final de temporada atribulado depois de ver a RNF, a sua antiga equipa, ficar sem contrato para a presente temporada.
Embora continue sob a alçada da Aprilia, Miguel Oliveira vai correr pela Trackhouse Racing, uma equipa americana liderada pelo milionário Justin Marks e que conta com o apoio do rapper norte-americano, Pitbull.
A Trackhouse Racing tem assim a primeira experiência fora da NASCAR, com Miguel Oliveira a poder correr com a nova Aprilia RS-GP24, igual à dos pilotos da equipa satélite - Maverick Vinales e Aleix Espargaró. Por sua vez, Raul Fernandez vai começar a época com a moto de 2023, devido ao fabrico da moto e dos seus componentes.
Moto GP: A nova mota de Miguel Oliveira para 2024
Depois de um ano de 2023 marcado pelas diversas quedas e, consequentes lesões, que começaram logo no primeiro Grande Prémio da temporada, em Portimão. Desta forma, o português pretende melhorar o 16.º lugar alcançado no mundial de pilotos no ano passado, com um regresso aos pódios e às vitórias.
Contudo, a pré-temporada traz alguma incerteza quanto ao posicionamento da Trackhouse Racing nos lugares mais altos da classificação, uma vez que, o português terminou os testes na 12.ª posição.
Calendário e as corridas de sprint
Ao contrário da temporada passada, Portugal não foi o país escolhido para o arranque do mundial de Moto GP, desta vez, será o Circuito de Losail que vai ter, pela primeira vez, os pilotos em pista no Grande Prémio do Qatar.
O circuito de Portimão vai assim receber, entre os dias 22 e 24 março, a segunda prova do Mundial que vai contar com 21 Grande Prémios, terminando a 17 de novembro, em Valência, como já é habitual. De relembrar ainda que, o GP da Argentina, que estava previsto realizar-se entre 5 e 7 de abril, foi cancelado devido aos cortes nos financiamentos governamentais no país.
Os circuitos do Mundial de MotoGP de 2024
Quanto ao formato do fim de semana, o campeonato do Mundo de MotoGP continuará com as mudanças anunciadas no ano passado, com a inclusão de corridas sprint. Ou seja, uma corrida realizada no sábado que contará com cerca de metade da distância da corrida normal, que se mantém ao domingo. O vencedor das sprint receberá 12 pontos, o segundo classificado nove, o terceiro sete e, por fim vai descontando um ponto até ao nono lugar, ou seja, o último piloto pontuável.
Desta forma, o calendário continua a estar dividido em duas sessões de treino na sexta-feira, com os tempos combinados a servir para determinar a passagem à segunda fase da qualificação, no sábado existirá uma única sessão de treinos que antecede a qualificação, com a corrida sprint a realizar-se no final do dia. No domingo mantém-se apenas o 'warm up' e a corrida principal.
E as motos?
Quem, teoricamente, parte na frente em 2024?
Como bicampeão em título, Francisco Bagnaia e a própria Ducati acabam por partir, novamente como favoritos para a conquista do título do mundial de MotoGP. Espera-se que a luta com Jorge Martin (Prima Pramac) continue tão acesa quanto a que aconteceu na temporada, com o colega de equipa do piloto italiano, Enea Bastianini a querer alcançar o tão desejado título mas, há um nome a voltar a aparecer em destaque para este Mundial: o do seis vezes campeão do mundo, Marc Márquez.
O salto da Honda para a Gresini tem gerado muito suspense e, até curiosidade sobre o que Márquez poderá fazer na nova temporada, numa altura em que já conta com 31 anos e, várias lesões que marcaram as últimas temporadas.
Na pré-temporada tudo fez prever que este ano será um novo domínio das Ducati, com a Desmosedici GP24 a criar muitas expectativas para o novo ano, seguida pelas motos da Aprilia e, da KTM. Contudo, o novo sistema de concessões poderá beneficiar o crescimento de equipas como a Honda ou a Yamaha que, neste momento, partem de um patamar diferente das diferentes marcas.
Quem também é uma 'carta fora do baralho' é o rookie, Pedro Acosta, que tem capacidade - como mostrou nos testes da pré-temporada - para causar surpresas ao longo da temporada.
Mudanças na nova temporada:
Esta temporada fica também marcada por algumas mudanças no panorama da Moto GP, entre elas a nível das concessões, dos combustíveis e, por fim, dos pneus.
Desta forma, os regulamentos contemplam a criação de quatro categorias de concessões de A a D, com o A a ser para os fabricantes tecnicamente mais competitivos e, consequentemente, o D, para os menos. O objetivo passa por aproximar os fabricantes, de forma a criar mais competitividade, por exemplo, aproximando a Honda ou a Yamaha de uma fabricante como a Ducati, que terá como benefício, por exemplo, mais pneus para testar ou a utilização de sete a oito motores por temporada.
Mas como é que os fabricantes são colocados nas concessões? Há duas formas: a primeira está relacionada com os pontos adquiridos durante a temporada nos Grandes Prémios e, a segunda, entre o fim do impedimento dos testes realizados no verão até ao último evento antes de novo impedimento.
Outra das novidades é que a partir de 2024 as equipas terão de utilizar um combustível que, no mínimo, tem de ser 40% de origem não-fóssil, de forma a preparar para a mudança a 100% da época de 2027.
A nível dos pneus, a pressão mínima dos pneus também veio a ser alterada, com o pneu dianteiro a ter de estar no mínimo a 1,88 bar, enquanto o traseiro a 1,7 bar. Desta forma, as penalizações são as principais novidades, uma vez que, deixa de haver avisos e penalizações de tempo e os pilotos passam a ser desqualificados após o primeiro incumprimento, algo que tem sido bastante contestado tanto pelos pilotos como pelas equipas que pedem a alteração da norma para uma penalização maior de tempo.
A Michelin continua a produzir os pneus de Moto GP, com a maior mudança a realizar-se apenas na próxima temporada, em 2025. Este ano os pneus acabam por ser mais duros, principalmente no caso da dianteira da moto. Continuama a ser utilizados três compostos (macio, médio e duro) divididos por sete categorias que alteram de Grande Prémio para Grande Prémio conforme o asfalto, o circuito e a meteorologia.
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