O português Miguel Oliveira assumiu hoje que assinou pela RNF, equipa satélite da Aprilia no Mundial de motociclismo de velocidade, tendo “em mente” um lugar na equipa de fábrica da construtora italiana no final do vínculo de dois anos.
“Quando explorámos esta oportunidade, sabíamos que os contratos são sempre em períodos de dois anos, com possibilidade de extensão de outros dois. Obviamente que essa transição estará em mente, se ambas as partes acharem que isso é possível”, afirmou o ainda piloto da KTM, numa conferência que decorreu em Almada.
Oliveira abordou o seu futuro, em conferência de imprensa, afirmando ainda que a mudança é “um passo na direção certa” para numa equipa que, acredita, lhe trará “mais oportunidades” para "obter bons resultados" no futuro.
O português confirmou que a continuidade na KTM voltou a estar nas opções nas últimas semanas, mas reconheceu que preferiu “sair da zona de conforto” para trocar “aquilo que era certo por aquilo que não é certo”.
“Apesar da mota [Aprilia] ser muito aliciante, para mim era, talvez, emocionalmente mais confortável, até pelas condições que me foram sendo melhoradas ao longo deste tempo de negociações com a KTM, era muito tentador ficar. Mas acredito que, desportivamente, será o passo certo para o meu futuro”, comentou o piloto natural de Almada.
Relativamente ao facto de deixar uma equipa de fábrica para voltar a pilotar uma mota de uma estrutura satélite, o português destacou que “hoje em dia vive-se alguma sobrevalorização dos lugares de fábrica, que são apetecíveis a nível de imagem, mas que a nível técnico não trazem muita diferença para as equipas oficiais”.
“Todos os construtores têm esta filosofia de querer que o construtor saia por cima no final das corridas, e não apenas aquela equipa ou aquele piloto. Portanto, aquele piloto que estiver a ter uma performance melhor, irá obviamente ser recompensado por isso”, assumiu.
Mas para já, Miguel Oliveira ainda tem sete corridas do Mundial de velocidade para disputar ao serviço da KTM e só terá a primeira oportunidade para experimentar a sua futura mota em novembro, na última corrida da presente temporada.
“Foi-me dada permissão para que no final deste ano, em Valência, possa fazer um dia de treinos oficiais com a nova mota. No ano seguinte, obviamente iremos testar tanto à Malásia com aqui em Portimão, antes do primeiro Grande Prémio, também em Portimão”, revelou o piloto.
Miguel Oliveira, de 27 anos, termina contrato no final da temporada com o construtor austríaco KTM, ao serviço do qual se estreou em MotoGP, em 2019, na Tech3, e rumou à equipa de fábrica em 2021.
O piloto natural de Almada, atual 10.º da classificação de pilotos, com 85 pontos, menos 115 do que o francês Fabio Quartararo, líder e campeão do mundo, conta quatro vitórias na categoria ‘rainha’ do motociclismo de velocidade, com os triunfos em Portimão e na Estíria, em 2020, em Barcelona, no ano passado, e na Indonésia, na presente temporada.
O nono lugar alcançado em 2020 foi a melhor classificação obtida por Oliveira no Mundial de MotoGP, que foi 14.º em 2021 e terminou em 17.º no ano de estreia.
Antes de chegar à MotoGP, Miguel Oliveira sagrou-se vice-campeão do mundo de Moto3, em 2015, e Moto2, em 2018, em ambos os casos em KTM, atrás do inglês Danny Kent e do italiano Francesco Bagnaia, respetivamente.
Na próxima época, o espanhol Raul Fernandez, que representa esta época a Tech3, vai ser o companheiro de equipa do piloto luso na RNF.
Na KTM, Miguel Oliveira vai ser substituído pelo australiano Jack Miller, que se junta ao sul-africano Brad Binder na equipa de fábrica.
A RNF Racing é uma equipa malaia, que se estreou em 2022 no campeonato de MotoGP, em parceria com a Yamaha, tendo, a partir do próximo ano, acordo com a Aprilia.
No presente campeonato, alinharam pela formação propriedade de Razlan Razali, cujo nome utiliza as primeiras letras dos nomes dos seus filhos (Razali, Nadia e Farouk), o italiano Andrea Dovizioso e o sul-africano Darryn Binder, irmão mais novo de Brad Binder, atual companheiro de equipa de Miguel Oliveira na KTM.
Comentários