O piloto português Miguel Oliveira (KTM) disse hoje esperar ter “mais consistência” de forma a poder lutar pelo título mundial de MotoGP, numa conferência de imprensa virtual à margem da apresentação da equipa KTM para 2022.

O piloto de Almada, de 27 anos, lembrou as dificuldades sentidas em 2021 com a lesão sofrida num pulso e apontou a necessidade de ter mais consistência para somar pontos “em todas as corridas”.

“Terminar as corridas compensa no final do campeonato e essa é a principal razão, porque acho que devemos melhorar a consistência. Nunca é fácil chegar ao limite e não cair, mas foi muito de picos. Ou resultados muito bons ou maus. Nunca houve um equilíbrio. Espero conseguir esse equilíbrio este ano. Quando me senti bem com a mota consegui bons resultados. Faltou consistência”, disse o piloto luso, que parte para a quarta temporada na categoria rainha do Campeonato do Mundo de Velocidade em motociclismo, a MotoGP.

Por isso, Oliveira sublinha que o título “constrói-se durante a temporada”.

“Para já, temos de ter consistência. A partir do meio da temporada, veremos como estaremos na classificação”, frisou.

O piloto português falou ainda da campanha publicitária que fez com o futebolista Cristiano Ronaldo para um patrocinador comum e mostrou-se disponível para uns passeios de mota com o jogador do clube inglês Manchester United.

“Estou longe do que o Cristiano conquistou no seu desporto, mas tenho a mesma vontade que ele em conquistar títulos. Foi bom fazer a campanha. Este mês tem sido ‘non stop’ e estou grato por ter a oportunidade de ser a imagem do MotoGP em Portugal. Em tempo de pandemia, [a mota] é um modo de transporte mais fácil, sem manter contactos com ninguém. Há mais risco de contágio nos transportes públicos. Talvez ajude a que mais pessoas comprem motas em Portugal”, disse Oliveira.

O piloto português revelou também ter alterado um pouco as suas rotinas de treino em virtude do nascimento da primeira filha, no final de 2021.

“A pausa de inverno foi boa, com um novo membro da família. Foi desafiante, mas bom. [Tive] uma dinâmica diferente de treino, com tempos diferentes para treinar e descansar. Consegui passar tempo com as minhas duas miúdas, pois a temporada será longa. O treino tem sido bom, tenho conseguido fazer o que queria, com algum tempo em pista. Esperamos chegar à Malásia e fazer bons testes”, frisou.

Por isso, Miguel Oliveira garante que parte para a nova temporada “confiante”.

“Estou confiante, por muitas razões. O ano duro que tivemos significa que só podemos melhorar. Isso faz-me estar otimista. A mota terá mudanças, algumas evoluções em termos de hardware. O principal é a afinação. Pensamos que ainda há espaço para velocidade e mais consistência para as corridas com o pacote atual. Cinco dias, três deles numa pista nova, podem não ser suficientes, mas vamos tentar conseguir o melhor desempenho em todas as corridas”, garantiu.

A entrada de um novo diretor para a equipa da KTM também é um aspeto positivo realçado pelo piloto português.

“[O italiano Francesco Guidotti] foi uma excelente contratação. Vai dar-nos muita ajuda. Vamos precisar de tempo para ver os resultados.  Agora vai envolver-se com o projeto, ver o que a mota precisa e o que os pilotos pedem. Mas acredito que será importante para nós”, considerou o piloto de Almada.

Miguel Oliveira garantiu, ainda, que haverá mudanças na mota de 2022 de forma a resolver alguns problemas que sentiu na temporada passada.

“Falta ritmo a uma volta [na qualificação], o que prejudicou os resultados na segunda metade [da época passada]. Novas peças vão ajudar-nos a encontrar velocidade. Mas se somarmos os meus resultados e os do [companheiro de equipa] Brad [Binder] não foram maus. Acreditamos que ainda falta encontrar alguma coisa na afinação. Temos de nos recordar outra vez que corremos mais pistas diferentes, mas não no campeonato todo. Corremos em sítios em que os traçados são completamente diferentes”, explicou, garantindo que haverá “mudanças na mota” de 2022.

Uma das principais queixas do piloto luso em 2021 passava pela dificuldade de gestão dos pneus.

“Não sei se era o problema central, mas era um grande problema. Temos de encontrar a solução para me fazer sentir que consigo parar a mota e fazê-la virar sem a sensibilidade às diferenças de pressão e temperatura”, apontou.

Miguel Oliveira considera que a mota de 2021 até evoluiu, mas isso não se traduziu em resultados, algo que espera mudar esta temporada.

“Acho que a segunda metade da temporada, os nossos adversários evoluíram, especialmente a Ducati. O ano passado foi uma das épocas em que o progresso não foi mostrado nos resultados. Houve progresso, mas não conseguimos traduzi-lo em resultados finais. A mota nunca está perfeita e queremos trabalhar nos defeitos. Mas estou confiante que possamos fazer um bom trabalho com este pacote”, concluiu.

Os pilotos enfrentam, agora, os testes de pré-temporada agendados para Sepang, na Malásia, a 5 e 6 de fevereiro, e em Mandalika, na Indonésia, na semana seguinte.

O campeonato arranca a 06 de março em Losail, no Qatar.

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