O espanhol Manuel Silva veio de propósito para ver as corridas de automóveis, numa autocaravana que estacionou perto da curva 12 do circuito urbano de Vila Real, em Mateus, onde vai ficar até à última prova de domingo.
É do município raiano e As Neves, na província de Pontevedra, Galiza, e chegou a Vila Real na quinta-feira, um dia antes do arranque oficial da 51.º edição do Circuito Internacional de Vila Real, que tem como prova principal o Campeonato do Mundo de Carros de Turismo (WTCR).
Manuel Silva gosta de corridas de automóveis e, após a reforma como marinheiro de barcos de passagem, comprou a autocaravana e tem-se dedicado a ver provas pelo seu país.
Esta é a sua primeira vez no circuito urbano de Vila Real e é aqui que hoje celebra também o seu 63.º aniversário.
Escolheu a zona de Mateus, na curva 12, para estacionar e assegura que ali vai ficar até ao final das corridas, no domingo, ao final da tarde.
“Está a ser muito bonito, a gente é muito sociável, tudo perfeito. As corridas também estão a correr bem, esperemos que terminem bem, sem grandes acidentes, o principal é que participem e que terminem”, afirmou à agência Lusa.
Disse que gosta de todas as provas. Em Vila Real, o destaque vai para o WTCR, mas há mais cinco provas nacionais: Campeonato de Portugal de Velocidade, dos 1300, dos Legends, dos Classics e da Kia Picanto GT Cup.
“Gosto muito dos clássicos”, frisou. Chegou sozinho, mas hoje juntam-se mais quatro amigos.
A autocaravana de Manuel Silva facilita a logística. Ali cozinha, come e tem a casa de banho.
Outros montaram tendas, toldos, colocaram arcas frigoríficas e grelhadores para assar a carne.
“Esta é a tenda da curva 12”, apresentou à Lusa Liliana Cordeiro, de 27 anos.
Está perto de casa, mas é ali, junto à pista e com um grupo de cerca de 20 amigos que quer passar o tempo até a final das corridas.
“Temos aqui as nossas armações, toldos, temos uma arca cheia de cerveja e comida, água também para refrescar, os guarda-sóis para logo à tarde dormirmos a sesta”, contou, já com a voz rouca, esta aficionada pelas corridas de Vila Real.
Escolhem sempre o mesmo lugar para 'acampar', junto à rotunda de Mateus, transformada numa ‘chicane’.
“Este é o melhor sítio para ver as corridas”, garantiu, salientando que esta é uma “paixão que corre nas veias dos vila-realenses”.
Fernando Aquino, 20 anos, saiu do trabalho esta manhã e foi direto para a curva 12, onde pretende ficar até domingo. O que gosta mais, frisou, “é o convívio com os amigos, a cerveja e os carros, os antigos”.
O grupo faz claque pelos pilotos da casa, como Filipe Marques, Facote ou Pedro Botelho.
“Nós fazemos a festa quando eles passam para darem conta”, frisou o irmão Vítor Aquino, 25 anos.
Este aficionado disse que também gosta de Tiago Monteiro e Tom Coronel, que competem no WTCR. “E este ano ainda temos Miguel Oliveira”, acrescentou Liliana Cordeiro, referindo-se ao piloto que milita no Mundial de MotoGP em motociclismo e que, em Vila Real, vai trocar as duas pelas quatros rodas e participar na etapa do Campeonato de Portugal de Velocidade, com um carro da Hyundai.
“Aqui dá para colocarmos assim uma tenda, para estarmos mais à vontade e passarmos estes dias. Aqui os carros vêm todos coladinhos uns aos outros e é isso que nós gostamos, de os ver a bater e já vimos muitos toques e ainda falta muito”, referiu Vítor Aquino, que esteve de serviço ao grelhador para assar a carne do almoço.
Aos 30 anos, é a primeira vez que Cláudia Fernandes está a assistir às corridas junto ao circuito. “Nos outros anos via sempre na televisão, mas, assim, é completamente diferente, é outra adrenalina”, salientou, reconhecendo que veio “um pouco arrastada pelos amigos”.
Depois de dois anos de paragem devido à pandemia de covid-19, o Circuito de Vila Real regressou à cidade e, ao longo dos três dias, é esperado muito público para assistir ao longo da pista.
O programa desportivo é complementado com um programa cultural e, nesse âmbito, hoje realiza-se um concerto dos Xutos & Pontapés no centro da cidade.
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