O capitão da seleção nacional da Taça Davis, Rui Machado, enalteceu hoje a vitória de Portugal frente ao Mónaco, “apesar de muito sofrida”, na primeira ronda do play-off do Grupo Mundial 1, disputada no Monte-Carlo Country Club.
“Foi um dia muito tenso, bastante comprido, mas acabámos com a vitória, que era o objetivo principal esta semana. Ganhámos esta eliminatória, apesar de ter sido muito sofrida”, confessou o capitão nacional, em declarações à Lusa.
A jogar nos ‘courts’ de terra batida do histórico clube monegasco, a equipa portuguesa começou a jornada de hoje com um triunfo nos pares, conquistado por Nuno Borges e Francisco Cabral diante dos especialistas Hugo Nys (25.º ATP de pares) e Romain Arneodo (71.º ATP), em três ‘sets’, pelos parciais de 6-3, 3-6 e 7-5.
“Foi um par muito bem jogado contra dois adversários muito bons, que fizeram um bom encontro. O Nuno e o Francisco mostraram mais uma vez que são um par que pode jogar contra qualquer outro e, que apesar de nem sempre jogarem juntos, jogam sempre muito compenetrados e fizeram um belíssimo jogo”, avaliou.
Apesar da vantagem no marcador (2-1), após a vitória da dupla nacional, o maiato, número um português e 37 mundial, não conseguiu manter o mesmo nível exibicional e, depois de ganhar o primeiro ‘set’, acabou por ceder diante Valentin Vacherot (201.º ATP), com os parciais de 6-4, 1-6 e 2-6, permitindo novamente a igualdade no marcador (2-2).
“O Nuno entrou muito bem, mas no início do segundo ‘set’ teve uma pequena quebra de energia que fez com que levasse o ‘break’ e se desconcentrasse um pouco. O adversário ganhou um bocadinho de confiança, voltou a entrar no jogo e, a partir daí, o encontro nunca mais foi o mesmo. Penso que hoje pagou a fatura e depois não teve energia para voltar a meter-se no encontro da mesma forma”, referiu Machado, defendendo ser “sempre difícil jogar um singular a seguir a um par, com 30 minutos de intervalo e o par de hoje foi bastante intenso”.
Após justificar a quebra de energia de Nuno Borges, de 27 anos, o capitão da equipa portuguesa elogiou a capacidade de luta do jovem Henrique Rocha, de 20 anos, que resgatou dois ‘sets’ que pareciam perdidos (2-5 em ambos) para ganhar por duplo 7-5 e conquistar o terceiro ponto da vitória.
“O Henrique começou por baixo nos dois ‘sets’, mas teve a capacidade e a garra para ir buscar de volta essas duas partidas e vencer por 7-5 e 7-5, acabando a jogar a um altíssimo nível. Acho que esteve bastante bem a gerir essa situação, porque hoje era um encontro difícil, com 2-2 no marcador, e estava a jogar pela primeira vez um desafio a contar. Era o último e por isso acho que esteve muito bem a gerir e ajudar a Portugal a ganhar esta eliminatória”, sublinhou.
Rui Machado teve no Mónaco uma equipa formada por tenistas mais experientes, como é o caso de Borges, Cabral e Frederico Silva, e dois jovens jogadores, em quem deposita muitas esperanças de futuro.
“Tanto o Henrique como o Jaime ainda são muito jovens, com muita coisa a aprender. As últimas duas vezes que o Henrique jogou teve duas boas vitórias, uma contra um excelente jogador [Casper Ruud na eliminatória contra a Noruega, em setembro de 2024] e outro num encontro importante. Tem mostrado que gosta de jogar Taça Davis e penso que tanto ele como o Jaime no futuro vão ser grandes jogadores”, rematou.
Graças ao triunfo no Monte-Carlo Country Club, por 3-2, Portugal assegurou a manutenção no Grupo Mundial 1 da Taça Davis, enquanto o Mónaco desceu ao Grupo 2.
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