Rui Machado está, pela primeira vez, a viver o Estoril Open de fora, mas o coordenador técnico nacional assegurou à agência Lusa não se sentir nostálgico por não estar a disputar o torneio de ténis, que começa hoje.
Quase desde sempre – ou, pelo menos, assim parece – que Rui Machado jogava o Estoril Open. Este ano, pela primeira vez em muitos anos, o algarvio não pisará o pó de tijolo dos ‘courts’, trocando aquele que era o seu ‘habitat’ natural por um lugar nas bancadas do Estádio Millennium.
“É sempre bom vir ao Estoril Open. Eu cresci no Estoril Open, joguei o torneio muitos anos e, mais uma vez, estou aqui presente nesta festa do ténis nacional”, começou por dizer à Lusa.
Empenhado no seu novo papel de coordenador técnico nacional/treinador, aquele que ainda figura como terceiro melhor jogador português de sempre (foi 59.º no ‘ranking’, em 2011) garantiu não ter tido tempo para pensar que, desta vez, não estará no ‘court’, para disputar o torneio que arranca hoje e decorre até domingo, no Clube de Ténis do Estoril.
“Tenho andado super ocupado e dentro do torneio. Estes dias estive a ajudar o Gastão [Elias] e o João Monteiro. Tenho andado a acompanhar os últimos preparativos e, como sempre, esta é uma semana especial”, explicou.
Apesar de estar a viver as emoções de fora, Machado, que jogou os quartos de final do anterior Estoril Open, em 2010, assumiu não estar nostálgico.
“Não, porque sendo tão competitivo como eu sou, já não me sinto pronto para competir. Não sinto vontade de ir para dentro do campo, não estou preparado, por isso não ia ser bom”, reconheceu.
Há um ano, na conferência de imprensa que se seguiu à sua derrota com o sueco Elias Ymer na primeira ronda da qualificação, o algarvio, de 33 anos, ‘recriminou’ os jornalistas por não terem feito “a pergunta do milhão”.
“Os jornalistas perguntaram tantas vezes, tantos anos, se era o meu último Estoril Open, e no ano passado, se calhar, não quiseram perguntar. Não sei se estava preparado para responder, não sei o que tinha preparado para dizer. Provavelmente, não iria dizer a verdade, mas iria responder entre linhas”, recordou.
Embora ainda não tivesse tomado a decisão de retirar-se nessa altura – comunicou-a um mês depois -, Machado admitiu que “as coisas estavam muito encaminhadas” quando deu essa conferência.
“Até penso que a organização naquele ano foi um pouco mais perspicaz que os jornalistas. E o ‘wild card’ que me foi dado foi no sentido de “provavelmente, esta será uma das últimas oportunidades que ele terá de jogar o Estoril Open”, confessou.
Agora, no papel de coordenador técnico nacional, o antigo tenista tem um grande desejo para esta edição: “Esperemos que os portugueses passem rondas. Normalmente, vão passando e fazendo bons resultados. Esperemos que aconteça, porque o público já se habituou não só a vir ver os melhores nomes do ténis mundial, mas também a aproveitar para ver os portugueses”.
‘Carrasco’ de João Sousa na primeira edição do Millennium Estoril Open, Rui Machado acredita que poderá ser à terceira que o número um português consiga, finalmente, vencer um encontro de singulares no Clube de Ténis do Estoril.
“Acho que água mole em pedra dura, tanto bate até que fura. Se não for este ano, será para o próximo. O João tem nível, já o demonstrou várias vezes, nos últimos anos tem feito resultados extraordinários. É uma questão de acontecer”, defendeu.
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