A organização do Open da Austrália evocou hoje o regulamento do torneio para justificar a proibição do uso de camisolas com uma mensagem sobre o paradeiro da tenista chinesa Peng Shuai por parte dos espetadores.
A organização do primeiro ‘Grand Slam’ da temporada indicou que o bem-estar da tenista chinesa é a sua “preocupação primordial” depois de ter sido difundido nas redes sociais um vídeo no qual se vê um segurança do torneio a confiscar camisolas e um cartaz com a inscrição “Onde está Peng Shuai?”.
“Não permitimos roupa, cartazes ou símbolos comerciais ou políticos. […] A segurança de Peng Shuai é a nossa preocupação primordial. Continuamos a trabalhar com a WTA e com a comunidade do ténis para procurar uma maior clareza sobre a sua situação e faremos tudo o que possamos para garantir o seu bem-estar”, referiram os organizadores, em comunicado.
A tenista, de 35 anos, revelou, no início de novembro, ter sido abusada sexualmente pelo ex-vice-primeiro-ministro Zhang Gaoli, numa publicação que foi imediatamente retirada da rede social chinesa Weibo.
Após esta denúncia, a antiga número um mundial de pares esteve duas semanas desaparecida, o que originou uma ‘onda’ de preocupação relativamente ao seu bem-estar.
Peng acabou por reaparecer em 21 de novembro e, um mês depois, garantiu que "nunca acusou ninguém de abuso sexual" e que o sua publicação na rede social Weibo era um "assunto privado", sobre o qual as pessoas têm "mal-entendidos".
A comunidade internacional continua, no entanto, a interrogar-se sobre o paradeiro e a segurança da tenista, nomeadamente sobre se estará em liberdade.
A WTA decidiu, em 01 de dezembro, suspender os torneios que realiza na China devido à censura e às incertezas que rodeiam o caso, uma decisão que foi seguida também pela Federação Internacional de Ténis (ITF) dias depois.
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