A tenista checa Petra Kvitova deixou hoje Wimbledon órfão de campeã, ao perder na terceira ronda com a veterana sérvia Jelena Jankovic, um revés do qual, assumidamente, levará semanas a recuperar.
Duas vezes vencedora em Wimbledon nos últimos quatro anos (2011 e 2014), Kvitova, que não falhou os quartos de final do terceiro ‘Grand Slam’ da época uma única vez nas cinco edições anteriores, deixou as emoções levarem a melhor no longo duelo de duas horas com a antiga número um mundial, perdendo pelos parciais de 3-6, 7-5 e 6-4.
“Repeti-o inúmeras vezes: é mágico ser a campeã de Wimbledon. É por isso que jogo ténis, sou uma sortuda por ter vencido aqui. Então, não é agradável perder na terceira ronda. Não estar na segunda semana do meu torneio favorito é muito triste. Não será algo que vá esquecer facilmente. Vão ser precisos dias, talvez semanas (para recuperar)”, assumiu a segunda tenista do ‘ranking’ mundial.
A derrota mais precoce de Kvitova no All England Club desde 2009 deixa o terceiro ‘Grand Slam’ da temporada com apenas quatro das 10 primeiras cabeças de série: Serena Williams, Maria Sharapova, Caroline Wozniacki e Lucie Safarova.
O choque da eliminação de Kvitova ofuscou a proeza de Jelena Jankovic, número 30 do mundo, que demonstrou hoje alguns dos atributos que a conduziram ao primeiro lugar da hierarquia mundial em 2008.
“Penso sempre que posso ter vitórias destas. Não sou velha, sou jovem no coração. Pareço bastante bem, não? Vá lá pessoal, deixem-me em paz. O que é ser velha?”, questionou a tenista de 30 anos, que nos ‘oitavos’ vai defrontar a polaca Agnieszka Radwanska.
Outro veterano dos Balcãs, o croata Ivo Karlovic, tornou-se hoje o tenista mais velho em 39 anos a marcar presença nos oitavos de final de Wimbledon, ao vencer o francês Jo-Wilfried Tsonga num encontro controverso.
O jogador, de 36 anos, disparou 41 ases na sua vitória por 7-6 (7-3), 4-6, 7-6 (7-2) e 7-6 (11-9) sobre o 13.º cabeça de série, mas viu o seu triunfo ensombrado por um duplo toque num ‘set point’, que teria dado o quarto parcial a Tsonga.
O árbitro de cadeira do encontro não viu o incidente, mas Karlovic insistiu que a pancada não foi ilegal.
“Foi um único movimento e quando é um movimento é permitido”, defendeu, garantindo que o ‘slow motion’ da televisão pode tornar a análise enganadora.
Sem enganos, mas não sem sustos, Roger Federer e Andy Murray avançaram para os oitavos de final. O número dois mundial precisou de quatro ‘sets’ (6-4, 6-4, 6-7 (5-7) e 6-2) e duas horas e 16 minutos para afastar o australiano Sam Groth, 68.º jogador mundial, enquanto o número três assustou o público da casa ao pedir assistência médica.
Aquela que parecia uma vitória fácil frente ao italiano Andreas Seppi assumiu rapidamente contornos mais complexos, quando, depois de vencer os dois primeiros parciais por duplo 6-2, o primeiro britânico a conquistar Wimbledon em 77 anos perdeu o terceiro por 6-1 e pediu um tempo médico no início do quarto.
Depois de ser quebrado, o campeão de 2013 foi assistido no ombro direito, ganhando os seis jogos seguintes para impor-se por 6-1 no quarto parcial e marcar encontro com Karlovic na próxima ronda.
Domingo não há jogos em Wimbledon, com as emoções dos oitavos de final a serem retomadas na segunda-feira.
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