Nuno Marques assumiu hoje o favoritismo de Portugal na primeira eliminatória do Grupo II da Zona Europa/África da Taça Davis de ténis, mas alertou que a imprevisibilidade de Marrocos pode ser um fator de peso.
"São jogadores perigosos e têm pouco a perder. Podem praticar um jogo mais solto. Não se pode subestimar Marrocos. Há um [tenista] que já jogou contra Portugal, a representar outro país. A imprevisibilidade é um fator a ter em conta, mas estamos preparados", assegurou o 'capitão' português.
Nuno Marques defendeu que Portugal é favorito, mas reconheceu que nas eliminatórias que levaram à descida de divisão no ano passado também o eram.
"Senti sempre, não sei se é ingenuidade minha, que éramos favoritos. E senti isso sempre até ao dia do par e descemos de divisão. [O favoritismo] Vale o que vale. Eles são jogadores perigosos. Temos de chegar e jogar bem. Estamos neste percurso [no Grupo II], mas temos uma equipa muito forte e agora temos de confirmar", completou, assegurando que a estratégia é ganhar a Marrocos, sem fazer projeções para o futuro na Taça Davis.
O 'capitão', que cumpre este fim-de-semana apenas a sua terceira eliminatória como técnico, recordou o 'annus horribilis' de 2014, ano em que Portugal jogou sempre fora, primeiro na Eslovénia, para tentar avançar no Grupo I, e depois na Rússia, para tentar evitar a despromoção.
"O ano passado não foi fácil, jogámos sempre fora e isso na Davis pesa bastante. Há mais responsabilidade, estamos num patamar abaixo do que gostaríamos. Estou com boas expectativas", garantiu.
Questionado sobre o que podia ter feito diferente, Marques destacou que, tirando os resultados, que são o mais importante, "correu tudo muitíssimo bem".
"No entanto, estamos numa situação em que nenhum pensaria que seria o cenário mais provável...", assumiu.
A surpreendente escolha de piso – esperava-se que Portugal optasse pela terra batida – foi explicada pelo selecionador, que alegou que, "por princípio", o piso mais lento do Centro de Alto Rendimento (CAR) do Jamor, em Oeiras, é melhor para os tenistas lusos, porque os 'courts' de terra estavam muito rápidos.
"Era importante para nós jogarmos em rápido, pelo calendário dos rapazes. Havia essa preocupação de alguns membros da equipa. Isto tem a ver com os calendários", esclareceu.
O número um português João Sousa, que tem apresentado algumas queixas no joelho, confessou ter tido alguma dificuldade na adaptação inicial ao piso mais lento, já ultrapassadas para iniciar da melhor maneira a eliminatória que começa na sexta-feira.
"A Taça Davis é uma competição que está ao alcance de poucos. Poder representar Portugal é um orgulho. Representar o país é uma das prioridades para mim. Nós não temos uma tradição tenística por aí além, mas acredito que temos vindo a evoluir. É uma competição diferente ao que estamos habituados, com muito ruído. É o que esperamos na sexta-feira, ter muito público a apoiar", disse.
A primeira eliminatória do Grupo II da Zona Europa/África da Taça Davis decorre entre sexta-feira e domingo, no Centro de Alto Rendimento (CAR) do Jamor, em Oeiras.
A seleção portuguesa, capitaneada por Nuno Marques, é composta por João Sousa, Rui Machado, Frederico Silva e João Domingues.
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