O tenista português Nuno Borges confessou hoje estar “a viver um sonho” com a qualificação para a terceira ronda do Open da Austrália, após a primeira vitória sobre um top 30 mundial, o espanhol Alejandro Davidovich Fokina.
“Pela primeira vez na terceira ronda. Estou a viver um sonho e vou continuar a procurar mais. Quem quer que seja, vou tentar dar o meu melhor e continuar a alargar o sonho”, avançou o número um nacional e 69.º do ranking ATP, que vai agora defrontar o búlgaro Grigor Dimitrov (13.º ATP), responsável pelo desaire do australiano Thanasi Kokkinakis (80.º ATP), por 6-3, 6-2, 4-6 e 6-4.
O tenista maiato, de 26 anos, contrariou hoje o favoritismo do adversário natural de Málaga, que figura no 24.º lugar na hierarquia mundial, e em três sets, pelos parciais de 7-6 (9-7), 6-3 e 6-3, tornou-se no terceiro português a alcançar a terceira ronda do ‘Happy Slam’, primeiro ‘major’ da temporada, depois de Frederico Gil e João Sousa.
“Estou muito contente, é uma grande altura para ter a minha melhor vitória de carreira, à melhor de cinco sets no Grand Slam vale mais, sem dúvida. Muito orgulhoso, muito feliz, mas já estou infelizmente a preparar-me para o próximo jogo de pares de amanhã de manhã [sexta-feira], portanto não tenho assim tanto tempo para desfrutar”, acrescentou.
Depois de Davidovich servir para fechar o set e ter tido um ‘set point’ no ‘tie-break’ da primeira partida, Nuno Borges conseguiu recuperar e, ao fim de duas horas e 18 minutos, encerrou o desafio com uma boa exibição e o apuramento inédito para a terceira ronda de um 'major'.
“Foi um primeiro set fulcral. Senti que não joguei muito bem, mas não estava fácil. Estava bastante vento, muitos altos e baixos mesmo nesse primeiro set, eu achei-o um bocadinho cabisbaixo e senti que consegui aproveitar bem isso. Não comecei a servir muito bem, mas senti que acabei muito melhor, soube usar um bocadinho o vento a meu favor também e claro que, depois de ganhar aquele primeiro set, deu algum ascendente” confessou.
Além de defender que o adversário, de 24 anos, passou “a acreditar um bocadinho menos” e ter "oferecido mais um ponto ou outro”, o tenista do Centro de Alto Rendimento da Federação Portuguesa de Ténis acredita ter estado “muito bem na resposta” ao serviço “para saber aproveitar esses momentos.”
“Principalmente nos ‘break points’ que tive contra, senti que joguei bem. Fui duro, preciso, servi bem quando precisei e acho que, sem dúvida, fez a diferença no final do encontro”, justificou, frisando estar “muito contente com a exibição.”
Apesar de reconhecer ter sido difícil de “manter o foco no terceiro set”, principalmente quando teve oportunidade para fazer ‘break’ e não conseguiu, Borges lembra ter tido a capacidade de “aguentar o momento de nervos e ansiedade para fechar o encontro.”
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