A jornada de terça-feira passada decorreu sem surpresas no quadro feminino da prova que a Federação Portuguesa de Ténis organiza na nave de campos cobertos do Complexo de Ténis do Jamor, em Oeiras, e que celebra a 99.ª edição com um prize-money recorde de 25.000 euros.
Novamente "em casa", no local que tem como base de treinos desde que integrou a equipa do Centro de Alto Rendimento, Francisca Jorge não perdeu tempo e venceu o duelo de gerações com a qualifier Teresa Poppe, do Clube de Ténis do Estoril, por 6-0 e 6-1.
O encontro ficou concluído em 55 minutos e resultou na 24.ª vitória consecutiva para a melhor tenista lusa da atualidade, 272.ª classificada no ranking WTA, que este ano tenta tornar-se na quinta mulher portuguesa a conquistar sete títulos de campeã nacional, mas apenas terceira a fazê-lo em sete edições consecutivas.
“Houve um momento em que desliguei um bocadinho, mas no geral foi um bom encontro. Ela é mais nova e ainda está a entrar no ritmo, faz parte estas primeiras rondas serem em teoria mais acessíveis”, explicou depois do encontro de estreia.
Com a consciência de que “a partir de agora os encontros tornam-se mais equilibrados porque o nível começa a aumentar”, a hexacampeã nacional admitiu que o passar dos anos não a faz ficar mais relaxada: “Sendo uma competição nacional sinto uma responsabilidade acrescida e se é para jogar é para ganhar.”
Os quartos de final de quinta-feira serão disputados contra outra jogadora muito nova que chegou pela primeira vez esta fase: Lena Couto, a jovem portuense de apenas 16 anos que superou Teresa Franco Dias (sexta cabeça de série) por 6-3 e 6-0.
“Estávamos as duas bem, com um bom nível, e a grande diferença foi a consistência. Eu mantive-me mais constante, ela teve mais altos e baixos. Mas o resultado não demonstra o que foi o encontro, porque foi equilibrado”, analisou antes de antever o maior desafio da carreira: "Ela é a melhor jogadora portuguesa e espero conseguir jogar bem e fazer um bom encontro. Vou entrar mais relaxada do que o habitual, mas vou para fazer o melhor possível e para ganhar.”
Os restantes duelos de singulares desta terça-feira também foram resolvidos em dois sets e sem surpresas.
Matilde Jorge, número 548 mundial e finalista da prova em 2019, 2021 e 2022, não perdeu jogos contra a qualifier Beatriz Castro (14 anos) e agendou encontro nos quartos de final com a colega de treinos Elizabet Hamaliy, que se desenvencilhou de Matilde do Canto Parreira com o mesmo resultado (6-0 e 6-0).
Igualmente autoritário foi o triunfo de abertura de Inês Murta, a outra jogadora que já participou em três finais (vice-campeã em 2014, 2015 e 2020), uma vez que venceu Kika Lima, de 13 anos, por 6-0 e 6-2. A próxima adversária da algarvia será Ana Filipa Santos, uma ex-colega de seleção que um dia após vencer Sara Lança por 7-5 e 7-5 teve uma tarefa bem mais facilitada (6-0 e 6-0) contra Catarina Silva.
O outro encontro dos quartos de final colocará frente a frente duas das campeãs nacionais em título: Angelina Voloshchuk (bicampeã de sub 16) passou por Gabriela Amorim (a campeã de sub 14) com 6-1 e 6-0 e Maria Garcia (vencedora da mais recente prova de sub 18) eliminou Maria Beatriz Teixeira com os parciais de 6-0 e 6-1.
Na variante de pares, que na véspera viu as irmãs Francisca Jorge e Matilde Jorge darem início ao ataque ao quinto título lado a lado com sucesso, o maior destaque do dia foi o regresso vitorioso de Fred Gil.
O ex-número 62 ATP tem quatro títulos individuais no currículo (2004, 2006, 2007 e 2019), mas já só compete em pares e juntamente com Pedro Araújo derrotou José Ricardo Nunes e João Ferreira por 6-2 e 6-1 para dar o primeiro passo necessário em direção ao segundo troféu de campeão, oito anos após ter ganho com Felipe Cunha e Silva.
Já no quadro de pares mistos, Ana Filipa Santos e Gonçalo Falcão venceram José Ricardo Nunes (campeão em título com Sara Lança) e Amália Suciu por 6-2 e 6-2 para chegarem aos quartos de final.
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