A Federação Bielorrussa de Ténis (BTF) condenou hoje a proibição da participação de tenistas bielorrussos e russos no torneio de Wimbledon, devido à invasão da Ucrânia pela Rússia, considerando que “desacredita os organizadores” do Grand Slam inglês.

“A BTF condena, categoricamente, a decisão tomada pela organização de Wimbledon de excluir tenistas bielorrussos e russos. (...) Desacredita os organizadores do torneio, que divide a comunidade do ténis segundo pontos de vista políticos, o que é inaceitável”, indicou o organismo federativo, em comunicado.

A federação bielorrussa advertiu que as “ações destrutivas” e “absolutamente politizadas” do All England Club, organizador da terceira prova do Grand Slam de 2022, “em nada contribuem para a resolução de conflitos e apenas incitam o ódio e a intolerância”.

Os responsáveis de Wimbledon anunciaram na quarta-feira que iriam rejeitar as inscrições de jogadores da Rússia e da Bielorrússia, apesar de terem deixado em aberto a possibilidade de reconsiderarem a decisão, caso “as circunstâncias se alterem entre agora e junho”, data da realização do torneio.

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A BTF lembrou que o desenvolvimento de conflitos armados no passado, exemplificando com Irão, Afeganistão, Síria e ex-Jugoslávia, “nunca foi motivo de suspensão de atletas dos Estados Unidos, Grã-Bretanha e outros países, como sucedeu agora”.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia, com o apoio logístico da Bielorrússia, que já matou mais de dois mil civis, segundo dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.

A ofensiva militar causou já a fuga de mais de 12 milhões de pessoas, mais de 5 milhões das quais para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU – a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).