Casper Ruud teve um “início perfeito” para a temporada de terra batida ao vencer hoje o Estoril Open em ténis, mas assumiu que quer tentar ganhar torneios “maiores” nas próximas semanas.
“O plano este ano era não jogar demasiados torneios [ATP] 250 para ver como me saía nos torneios maiores e tentar encontrar o melhor nível lá. Este foi um dos poucos que decidi jogar e ganhá-lo é uma boa sensação. Não interessa muito se é 250, 500 ou 1.000. Não posso dizer porque nunca ganhei um desses, mas jogar uma final, até se for um Grand Slam, é sempre entusiasmante. Quando estás num torneio no domingo, significa que nos demos bem. Ganhar é o mais divertido”, disse o norueguês de 24 anos, depois de conquistar o primeiro título da temporada, e o 10.º da carreira, no Clube de Ténis do Estoril.
O quinto tenista mundial sucedeu hoje no palmarés dos campeões do Estoril Open ao argentino Sebastián Báez, impondo-se ao sexto cabeça de série, o sérvio Miomir Kecmanovic, por 6-2 e 7-6 (7-3), em uma hora e 49 minutos.
“O meu plano é ganhar algo maior do que um 250 [a categoria do Estoril Open]. Já tenho 10, é um grande número e feito, mas quero ganhar torneios maiores. Vai haver algumas oportunidades agora em Monte Carlo, Barcelona, depois Madrid e Roma. Vou dar o meu melhor. Mas é um início perfeito. Vou com dinâmica para Monte Carlo, mostrei que estou um bocadinho de volta, no caminho certo e espero estar confortável a jogar bem em terra batida. Espero que os meus adversários vejam […] que ganhei o primeiro torneio em terra. É bom sinal para mim”, analisou.
O novo campeão do Estoril Open reconheceu que hoje teve “alguma sorte” em alguns dos ‘break-points’ que salvou, mas notou que teve “um arranque melhor” do que Kecmanovic, que “cometeu muitos erros”.
“No segundo set, é normal, às vezes, estar nervoso quando se quer fechar o encontro, é uma final. Estou muito feliz por ter ganho e ver a última bola ir fora”, acrescentou.
Ruud admitiu que “adorava tentar voltar” ao Clube de Ténis do Estoril, até porque lhe agrada o facto de haver um torneio de terra batida na Europa antes de Monte Carlo.
“É perfeito para preparar para a terra se não jogar muito bem em Miami. A não ser que Miami corra muito bem, acho que é provável voltar. É um dos meus 250 preferidos. Trataram muito bem de mim. Estádios sempre cheios, boa comida, bom ambiente”, enumerou.
O norueguês de 24 anos falou ainda sobre o facto de passar ‘despercebido’ entre os nomes mais conhecidos do ténis atual, algo que até parece agradar-lhe.
“Não fui um prodígio ou não fui um dos que apareceram mais cedo da minha geração. […] Eu gosto. É bom desligar. É giro no início da carreira quando as pessoas te reconhecem, mas, agora, as semanas mais confortáveis são quando estou em casa e só me preocupo em treinar e fazer as minhas coisas. Sabe bem. Não acho que se esqueçam de mim... Não escrevem muito sobre mim, mas acho que é porque não tenho um ténis muito espetacular, não disparo os ‘winners’ mais bonitos ou o serviço, direita ou esquerda mais bonitas...”, reconheceu.
Humilde, aquele que foi o finalista de Roland Garros, Open dos Estados Unidos e ATP Finals na temporada passada e que lutou pelo número um mundial destacou que está “a ganhar muitos encontros a cada ano e isso é o mais importante”,
“No ano passado, ganhei muitos encontros, consegui muitos pontos e fui número dois. As pessoas vão arranjar sempre maneira de criticar, seja a dizer que o caminho foi fácil ou que joguei este ou aquele torneio. Sim, mas não podem dar crédito por ter sido inteligente e ter jogado esses torneios? A minha equipa e eu focamo-nos nos torneios que jogo e vemos que hipóteses há de ter sucesso”, revelou.
O norueguês satisfeito com o jogador que é. “Não preciso de ter as câmaras à minha volta”, concluiu.
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