A Agência Mundial Antidopagem (AMA) anunciou hoje que apresentou um recurso no Tribunal Arbitral do Desporto relativo ao caso do italiano Jannik Sinner, ilibado pela Agência Internacional para a Integridade do Ténis após dois controlos antidoping positivos.

Em março, o número um do ténis mundial deu positivo duas vezes por clostebol, um esteroide anabolizante proibido, mas um painel independente da Agência Internacional para a Integridade do Ténis (ITIA, nas suas siglas em inglês) ilibou o italiano de qualquer culpa ou negligência.

Em comunicado, a AMA estima que essa conclusão “não é correta de acordo com as normas aplicáveis”, pelo que solicita “um período de suspensão de entre um a dois anos” para Sinner, mas não “a desclassificação de quaisquer resultados” além dos que já foram determinados pela ITIA.

Em 10 de março, durante o Masters 1.000 de Indian Wells, Sinner testou positivo para baixos níveis de um metabolito de clostebol, um esteroide anabolizante proibido que pode ser utilizado para uso oftalmológico e dermatológico; oito dias depois, um novo teste fora de competição voltou a revelar a presença da substância em quantidades ínfimas na urina do italiano.

O tenista de 23 anos foi suspenso provisoriamente, mas recorreu em ambas as ocasiões com sucesso e foi autorizado a continuar a competir, tendo em agosto sido ilibado de qualquer intencionalidade.

De acordo com a ITIA, Sinner justificou os resultados dos testes antidoping com o facto de um membro da sua equipa de apoio ter utilizado um spray de venda livre que continha clostebol para tratar uma pequena lesão (um corte num dedo), sendo que o mesmo, posteriormente, viria a massajar o italiano sem luvas, contaminando-o com a substância.

A ITIA aceitou a defesa do líder do ranking mundial, tendo um painel independente determinado que não houve intencionalidade na violação das regras antidopagem, razão pela qual o tenista não foi alvo de qualquer suspensão.

Contudo, Sinner viu serem-lhe retirados o prémio em dinheiro e os pontos conquistados em Indian Wells, no qual perdeu nas meias-finais com o espanhol Carlos Alcaraz, que viria a sagrar-se campeão.

Poucas semanas após ser ilibado pela ITIA, e depois de dispensar o fisioterapeuta Giacomo Naldi, o alegado responsável pela contaminação, e o preparador físico Umberto Ferrara, que terá fornecido o spray, Sinner tornou-se no primeiro italiano a conquistar o Open dos Estados Unidos, somando o segundo Grand Slam da época, depois de vencer o Open da Austrália no início do ano.