A jovem vianense Marta Paço, depois de na sua estreia no Mundial de 2018 ter conquistado o bronze, alcançou o ouro aos 16 anos no ISA World Para Surfing Championship 2021 também na Califórnia, de 6 a 11 de dezembro.
Cega de nascença, surfou a sua primeira onda aos 12 anos com o Surf Clube de Viana (SCV) e, agora, em Pismo Beach, sagrou-se Campeã do Mundo com mais do dobro dos pontos de diferença para a segunda classificada na categoria VI1 feminina.
“Sinto-me super feliz! Este era o meu objetivo principal desde que comecei a competir. E consegui-lo aos 16 anos é incrível”, refere a atleta.
Considera que neste Campeonato do Mundo “deu para mostrar a nossa evolução, em resultado do trabalho que temos vindo a fazer. Encontrei condições perfeitas para ter uma prestação muito positiva logo no primeiro heat, o que também me deu confiança extra para a final.”
“Continuar a trabalhar com o meu treinador, o Tiago Prieto, para continuar a evoluir e desenvolvermos mais técnicas que também possam ajudar outras duplas em situações semelhantes” são os seus objetivos a curto prazo.
Para João Aranha, presidente da Federação Portuguesa de Surf, “este foi um Mundial fabuloso. Participámos apenas com três atletas e dois conquistaram medalhas, uma de cobre por Camilo Abdula em Stand1 masculino e uma de ouro pela Marta Paço. É um grande feito terminar o ano com uma medalha de ouro e ainda por cima por uma atleta com apenas 16 anos.”
“Ter atletas deste nível na seleção só é possível graças ao trabalho desenvolvido pelos clubes”, avança.
Para João Zamith, presidente do SCV, “a conquista da Marta enche-nos de orgulho. É o resultado de uma atitude diferenciadora da Marta e do trabalho que tem vindo a ser desenvolvido nos últimos anos, sobretudo ao longo do último. Além do treinador Tiago, o clube colocou ao serviço da jovem atleta toda a sua estrutura técnica”, e acrescenta que “já não se trata de quebrar a barreira da inclusão, proporcionando experiências de surf a pessoas com deficiência, mas trabalhar para as transformar em referências de elite”.
“A Marta fez uma excelente prestação e o seu potencial de desenvolvimento ainda é grande”, explica.
“Não posso deixar de referenciar o sentimento de gratificação ao apoio da comunidade portuguesa na Califórnia, sobretudo da açoriana” acrescenta.
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