A surfista Marta Paço assume a vontade de continuar a conquistar títulos, poucos dias depois de ter juntado o mundial ao europeu, e, aos 16 anos, sabe que é “uma inspiração” para muitos e uma embaixadora do surf adaptado.
Recorde a reportagem que realizámos com Marta Paço em 2019
“Sinto que para algumas pessoas posso ser um exemplo, e isso é uma grande responsabilidade”, afirma a surfista, cega de nascença, em declarações à agência Lusa.
Em Pismo Beach, nos Estados Unidos, onde “as ondas são perfeitas para o surf adaptado”, Marta Paço, juntou o título mundial da classe VI1, para atletas com deficiência, ao europeu, que conquistou em 2019, numa prova que descreve como “segura” desde o início.
“Claro que nunca é muito fácil, mas fiz um primeiro ‘heat’ muito bom, o que me deu muita segurança para a final”, conta Marta Paço, que partilhou o pódio com a espanhola Carmen Lopez e com a norte-americana Barbie Pacheco, segunda e terceira classificadas, respetivamente.
Depois do título, conquistado no sábado, na Califórnia, a jovem atleta de Viana do Castelo ficou “surpreendida” com a quantidade de mensagens que recebeu.
“Recebi milhares de mensagens de apoio e felicitações, senti-me inspirada com todas elas”, refere Marta Paço, estudante do 11.º ano, que sonha com uma carreira na área das relações internacionais.
Marta Paço, que habitualmente pratica surf na praia do Cabedelo, em Viana do Castelo, considera que o título mundial chegou “na altura perfeita”.
“Nunca esperei conquistar este título tão cedo, foi fantástico, e estou na idade perfeita para poder festejar esta conquista com toda a alegria”, refere.
Com dois grandes títulos no palmarés e um terceiro lugar no Mundial em 2018, Marta Paço já traçou os próximos objetivos: “Quero tentar encontrar técnicas que permitam evoluir na modalidade, e, claro, tentar revalidar os títulos europeu e mundial”.
Com o surf adaptado a dar os primeiros passos em Portugal, e ainda sem competições nacionais destinadas a atletas com deficiência, a jovem minhota enfrenta cada prova internacional como “um desafio e um teste”.
“Cada prova é um desafio e também uma forma de nos testarmos. Treinamos em Portugal e participamos em várias provas ‘open’ fora do país, isso é bom para nos prepararmos e competirmos”, conta.
Além de Marta Paço, Portugal esteve representado no ISA World Parasurfing Championship por Camilo Abdula e Nuno Vitorino, que ficaram fora das medalhas.
O surf estreou-se no programa dos Jogos Olímpicos em Tóquio2020, mas não figura ainda no programa paralímpico.
Comentários