O sonho de conseguir a qualificação para os Jogos Olímpicos Paris2024 através dos mínimos estabelecidos é uma das metas da Federação Angolana de Natação (FAN), que no sábado assina um protocolo de cooperação com a congénere portuguesa.
“O que gostava é que daqui a três anos conseguíssemos ir aos Jogos Olímpicos porque atingimos os mínimos de apuramento e não através do critério da universalidade”, afirmou Joaquim Santos, presidente da FAN, à Lusa.
Nos Jogos Tóquio2020, Angola tem assegurada a presença de um nadador e de uma nadadora, cujos nomes ainda não estão definidos, através do critério da universalidade.
Os dois representantes do país em Tóquio sairão, seguramente, de um leque de nadadores que vivem e treinam fora do país, oito dos quais em Portugal.
“Em termos de condições técnicas e de treino estamos a léguas de Portugal. Por isso, os nadadores saem do nosso país para concluir a vida académica e melhorar o nível competitivo”, explicou o presidente, eleito em novembro passado.
Além dos nadadores Lia Lima, Maria Lopes, Daniel Francisco, Henrique Mascarenhas, João Gonçalves, Pedro Pintos, Filipe Freitas e João Duarte, que treinam em Portugal, há também atletas angolanos da modalidade a treinar em Londres, em Kazan e na Cidade do Cabo.
Empenhada em fazer com que a natação “deixe de ser uma modalidade de elite em Angola, praticada em menos de 10 clubes”, e em aumentar a base de recrutamento para a alta competição, “que é muito fraca”, a FAN quer retirar ensinamentos do trabalho que está a ser desenvolvido em Portugal.
“Este protocolo vai permitir que os treinadores portugueses deem formação ao pessoal técnico em Angola. Mas antes, temos de passar por um processo de certificação da formação”, explicou Joaquim Santos, admitindo também a intenção de utilizar os centros de estágio de Rio Maior e do Jamor.
Joaquim Santos admitiu a vontade de promover uma disputa interna que aumente a competição e de continuar a apoiar os estágios no estrangeiro: “Pretendemos colocar os melhores em estágios de longa duração, mas também trazê-los a Angola para servirem de exemplo”.
O presidente da FAN quer ainda apostar no polo aquático, “uma modalidade que já foi praticada de forma amadora, mas que merece ser levada mais a sério”.
O protocolo entre a Federação Portuguesa de Natação e a FAN será assinado antes da prova Coimbra – Rumo a Tóquio2020, de apuramento para os Jogos Olímpicos, que decorre no fim de semana, e na qual participarão vários nadadores de Angola, em busca de pontos para o ranking da Federação Internacional de Natação (FINA), que ditará os representantes do país no Japão.
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