A inclusão dos 50 metros mariposa, bruços e costas no programa dos Jogos Olímpicos Los Angeles2028 abre “novas perspetivas” a nadadores portugueses, disse hoje à Lusa o presidente da Federação Portuguesa de Natação (FPN).

“É com muito gosto que vemos que, no calendário olímpico, vão ser abertas novas perspetivas e novas provas. No meu caso, sempre o defendi. Ter apenas os 50 livres não fazia qualquer sentido. (...) No caso português, há nadadores para quem se abre novas perspetivas. Temos bons sprinters nessas especialidades”, explicou Miguel Arrobas.

O dirigente federativo, olímpico em Barcelona1992, nota que estas seis finais a mais (as três especialidades em femininos e masculinos) permitem, em Portugal, que um “lote de nadadores sonhem com uma participação olímpica”, seja numa distância mais favorável ou abrindo a porta a especialistas.

Estas provas de sprint trazem também “mais espetacularidade” à modalidade, por serem sempre “muito bonitas de ver” e renhidas, diz, lembrando o ‘ás’ português Diogo Ribeiro, campeão do mundo dos 50 mariposa, a sua distância de eleição face aos 100 metros, em que também ‘brilhou’ em Doha2024.

“[Mas] há outros nadadores, como o Alexandre Amorim nos 50 bruços, a Ana Guedes nos 50 mariposa, a Rafaela Azevedo nos 50 costas, e mesmo uma das nossas veteranas, a Ana Pinho Rodrigues, que continua em muito boa forma”, afirma.

Se para Rodrigues, que marcou presença em Londres2012, seria um regresso 16 anos depois, para os outros, mais jovens, é “um sonho” que se pode abrir, também para Portugal, que poderá integrar mais nadadores no processo de qualificação.

“Faltam três anos e tudo pode acontecer, podem aparecer novos valores. Temos aqui espaço, tempo, e possibilidades de voltar a olhar para alguns outros nadadores que dificilmente teriam essa possibilidade”, nota Miguel Arrobas.

O presidente da FPN não antecipa “grande mudança” no calendário dos Jogos Olímpicos pela possível acumulação de eventos de medalha, numa natação que já é, a par do atletismo, das que mais provas tem, até por serem finais rápidas e com muitos nadadores em prova também em outras distâncias.

Quanto ao alargamento do torneio de polo aquático feminino para 12 equipas, as mesmas do masculino, aí “o sonho comanda a vida”.

“Queremos impulsionar e dar nova hipótese ao polo aquático nacional. Este ano, temos já um pequeno grande desafio, tentar o apuramento para os Europeus masculinos e femininos”, acrescenta.