A Renault comprou a escuderia Lotus de Fórmula 1 ao fundo de investimento luxemburguês Genii Capital e vai regressar “a partir de 2016” à competição, anunciou hoje o construtor francês.
“A Renault tinha duas opções: regressar a 100 por cento ou abandonar por completo. Após uma análise detalhada, decidi que vamos estar presentes na Fórmula 1 a partir de 2016”, escreve o presidente do fabricante francês, Carlos Ghosn, em comunicado.
O construtor francês já tinha sinalizado no final de setembro a existência de um acordo com a Gravity Motorsports, filial da Genii Capital, o fundo de investimento luxemburguês do empresário Gérard Lopez dono da escuderia, “a potencial aquisição de uma participação maioritária do capital da Lotus F1 Team”.
“A assinatura deste acordo de princípio marca o primeiro passo em direção à criação de um projeto de uma escuderia de F1 em 2016, dando continuidade a uma ligação de 38 anos da marca [à F1]”, indicava então o comunicado da Renault.
A marca francesa, que fornece os motores às equipas Red Bull e Toro Rosso, adiantou então a intenção de procurar “transformar este acordo de princípio num acordo definitivo, desde que todos os termos e condições acordados entre as partes se concretizem”.
A Renault, que se sagrou campeã mundial de Fórmula 1 em 2005 e 2006, pela ‘mão’ do espanhol Fernando Alonso, vendeu em 2010 a escuderia à Genii Capital, que a rebatizou de Lotus, um nome também com uma história vitoriosa na F1.
A Lotus terminou os Mundiais de construtores de 2012 e 2013 no quarto lugar, mas está a atravessar um período de grandes dificuldades financeiras, tendo inclusive evitado a bancarrota graças à intervenção da Renault.
O regresso da Renault à Fórmula 1 como equipa autónoma acontece após as divergências crescentes com a equipa Red Bull, a propósito dos motores Renault que equipavam os carros da escuderia austríaca.
De resto, no final de março deste ano, a Renault já tinha admitido a possibilidade de abandonar a Fórmula 1 enquanto fornecedor de motores na categoria rainha do desporto automóvel.
“Posso confirmar que estamos a analisar várias opções, entre as quais deixar a Fórmula 1”, disse Cyril Abiteboul, considerando que “se a Fórmula 1 faz mal à reputação da Renault” e “se não está a ter o retorno do que custa à Renault”, estão criadas as condições para o abandono.
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